Desde a tarde de sexta-feira (27) Jéssica tenta uma consulta com um pediatra em um hospital público do Distrito Federal.
Você não precisa ser mãe nem pai para entender a angústia que uma brasileira viveu, na madrugada deste sábado (28), noDistrito Federal. Ela tem um bebê de cinco meses, que precisou de um médico.
Há quase dois dias o Pierre, de cinco meses, está com os mesmos sintomas: “com febre, continuou empolado”, conta Jéssica Cristina Rodrigues.
Empolado, como diz a mãe, com sinais de uma crise alérgica. Desde a tarde de sexta-feira (27) Jéssica tenta uma consulta com um pediatra em um hospital público do Distrito Federal. Não consegue. Ela mora em Santa Maria, cidade a 40 quilômetros de Brasília.
Na sexta, no hospital da cidade. A recepcionista informou que não tinha pediatra. Nós a acompanhamos até o hospital mais próximo, na Cidade do Gama, a sete quilômetros de distância, nem precisava perguntar se tinha pediatra.
A verdadeira peregrinação continuou. Mais duas cidades: agora, já em Goiás. Novo Gama e Valparaíso. E nada de pediatra.
Precisou contar com a solidariedade dos amigos. Uma vaquinha: R$ 180 por uma consulta particular às três da manhã. E neste sábado, ficamos sabendo, não adiantou nada.
A médica pediu exames que a Jéssica não tinha como pagar. Por isso ela voltou ao hospital de Santa Maria onde tudo começou. Neste sábado, tinha um pediatra. Ela esperava ser atendida.
Ela e todas estas outras mães. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal diz que a falta de pediatras é geral. Em todo o país. Mas que isso não justifica a falta o não atendimento.
“Quem examina o paciente e determina de fato o status do paciente é um médico. Portanto, chegado alguém, seja adulto ou seja criança, não pode ser rechaçado, recusado seu atendimento sem que seja por um médico. O médico tem que minimamente ver ainda que ele não seja da especialidade”, afirma Elias Miziara, secretário de Saúde adjunto.
“Quem examina o paciente e determina de fato o status do paciente é um médico. Portanto, chegado alguém, seja adulto ou seja criança, não pode ser rechaçado, recusado seu atendimento sem que seja por um médico. O médico tem que minimamente ver ainda que ele não seja da especialidade”, afirma Elias Miziara, secretário de Saúde adjunto.
O Ministério Público do Distrito Federal não anunciou nenhuma medida concreta para punir a falta de atendimento e diz que o problema é o grande número de pediatras temporários.
“A saúde não é uma questão para ser tratada de forma temporária, durante um mandato eletivo. Ela tem que ser tratada de forma permanente - curto, médio e longo prazo”, aponta Marisa Isar, promotora.
A Jéssica não aguentou esperar o único pediatra do Hospital de Santa Maria. E foi embora com o Pierre. No domingo, vai tentar novamente.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirmou que até março do ano que vai fazer um novo concurso para médicos. Até lá, serão contratados 400 profissionais temporários. Entre eles, 60 pediatras.
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