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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

COMO FARO PARA O SUCESSO,CHACRINHA VIROU O PADRINHO DO AXÉ E LEVOU RITMO AO BRASIL INTEIRO.

Velho Guerreiro ajudou a popularizar o movimento no País

Ana Paula de Freitas, do R7
Chacrinha foi determinante na popularização do axé no PaísNelson Di Rago/TV Globo
Toda vez que Luiz Caldas ou Sarajane são perguntados sobre a explosão do axé nos anos 1980, um nome em comum é citado pelos dois: José Abelardo Barbosa de Medeiros, o nosso Chacrinha. O Velho Guerreiro não é lembrado só por eles, como também por Zé Paulo, a turma do Chiclete com Banana e muitos outros artistas que nasceram para o Brasil no palco do Cassino.

E todo esse carinho com o lendário apresentador é justificável, afinal, sem ele, o axé não teria atingido o alcance e a repercussão que teve em seus primeiros anos.

No programa Cassino do Chacrinha, que foi ao ar entre 1982-88, na Globo, ele levava cantores baianos que se destacavam apenas no cenário regional. A partir do momento em que eles eram apadrinhados pelo Velho Guerreiro, se transformaram em ídolos nacionais.

Em entrevista ao R7, o filho de Chacrinha e diretor do Cassino do Chacrinha, Leleco Barbosa, revelou que o pai sempre teve um faro para o sucesso. 

— O nosso Chacrinha tinha um timbre musical muito apurado e escutava na época todas as novidades que chegavam para ele. Dali, ele escolhia realmente o que era bom. Ele sempre gostou das músicas nordestinas e o axé, naquela época, começou a despontar. Aí, ele começou a chamar Luiz Caldas, Banda Reflexo e muitos outros artistas que ele sentia que as músicas eram boas e que poderiam fazer sucesso.

Leleco Barbosa revelou ainda que o pai "tinha um carinho especial por Zé Paulo e Sarajane" — carinho esse que era recíproco.
Sarajane, precursora do movimento em 1987, era apaixonada por Chacrinha e acabou se tornando amiga pessoal dele depois de um tempo. A cantora de A Roda ganhou repercussão nacional no palco do Cassino e levou muita gente com ela.

— Trouxe Margareth Menezes, Chiclete com Banana, Zé Paulo... Levei eles e muitas outras pessoas comigo para o Chacrinha, que era muito meu amigo e dava esse espaço.

Zé Paulo, que ensinou o Brasil inteiro a fazer a "dança da galinha", se lembra de Chacrinha com carinho até hoje. Em conversa com o R7, o cantor chegou a se emocionar ao comentar a relação com o Seu Abelardo, que o batizou de "embaixador da Bahia".

— Ele foi a pessoa mais importante da minha carreira, porque abriu portas para mim. A nossa relação foi muito marcante, jamais vou me esquecer dele. E o melhor de tudo é que fiquei amigo do Seu Abelardo. Ele ia para Salvador e ficava na minha casa, sabe? Só de falar nisso, a emoção bate na hora. É uma lembrança muito forte, sempre muito presente.

Os dois se conheceram num concurso de uma rádio local em Salvador, no qual Chacrinha escolheria um novo cantor para ir ao seu programa. Zé Paulo venceu a competição e seguiu para o Rio de Janeiro. Além de participar doCassino diversas vezes, o cantor chegou a gravar uma música com Chacrinha, Fricote da Terezinha

O Chiclete com Banana também deu seus primeiros passos no Cassino do Chacrinha. Wadinho Marques, um dos idealizadores do grupo, destacou a importância do Velho Guerreiro.

— Quando o Missinho saiu da banda, Bell assumiu os vocais. Gravamos o disco Gritos de Guerra em 1986 e não sabíamos se íamos manter o sucesso com essa mudança. Para nossa surpresa, o projeto vendeu 800 mil cópias e o sucesso da música título despertou o interesse do Chacrinha, que à época nos convidou 23 vezes para o programa dele. Essa exposição ajudou a ampliar nosso sucesso fora da Bahia.

Chacrinha foi o trampolim do axé para o Brasil. Para Leleco, a influência dele impulsionou não só esse movimento, como outros também.

— Ele não só foi o padrinho do axé, como foi também da Tropicália. Ele que deu o título de Rei da Tropicália a Caetano Veloso em 1971.

Maior comunicador da história da televisão brasileira, Chacrinha merece o título de padrinho do axé. Por meio de sua influência, deu força e relevância à manifestação cultural que nasceu nas ruas de Salvador, mostrando o batuque e a mistura de ritmos que hoje são a cara do Carnaval. Ou melhor, do Brasil. 

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