Transferência à UTI foi necessária para troca de acesso venoso.
Vermelhidão no corpo aumentou e já afetou o rosto da menina.
Depois de ser transferida às pressas à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após arrancar o acesso por onde recebe os medicamentos, a menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e sete meses, voltou para o quarto no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (3).
A criança precisou ser submetida a troca do acesso venoso central de inserção periféria, chamado de PICC, por onde ela recebe os medicamentos. "A bonequinha aprontou. Arrancou o acesso para as medicações, dando o maior susto na mamãe e no papai. Mas ja foi colocado outro", disse Patrícia de Lacerda, mãe de Sofia.
O procedimento para a troca do acesso demorou uma hora e meia e não teve complicações, segundo a mãe. Na volta ao quarto, Sofia estava tranquila, mas com febre.
Ela precisou retornar ao hospital no dia 25 de julho após apresentar muito desconforto devido a uma alergia que causa vermelhidão pelo corpo e que ainda não teve melhora. “A alergia pelo corpo só piora e agora afetou o rosto dela', lamenta a mãe.
Patrícia conta que os últimos quatro dias foram difíceis para ela e o marido. "Aproveitamos que não conseguimos dormir e conversamos com Deus pela madrugada. Pedimos sabedoria para lidar com a situação e também oramos pela saúde dela", disse ela, que faz questão de pedir por orações pela saúde da filha.
Segunda internação
Esta é a segunda vez que Sofia volta a ser internada desde que saiu do hospital após um transplante de cinco órgãos do sistema digestivo – intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago – realizado no dia 10 de abril.
Esta é a segunda vez que Sofia volta a ser internada desde que saiu do hospital após um transplante de cinco órgãos do sistema digestivo – intestino grosso e delgado [que inclui o duodeno]; fígado; pâncreas e estômago – realizado no dia 10 de abril.
O procedimento foi comandado pelo médico brasileiro Rodrigo Vianna – que trabalha há três anos no hospital de Miami – e durou quase 10 horas. Após a cirurgia, Sofia deixou o hospital no início de julho.
Porém, seis dias após a alta, a menina apresentou uma reação alérgica a fórmula que ela recebe pela veia, que é um tipo de um leite que ajuda na alimentação, e precisou retornar ao hospital.
Quatro dias depois, Sofia voltou para casa e continuou o tratamento ao estilo homecare, que inclui a visitação diária de enfermeiros para recolher amostras para exames.
No dia 25 de julho, Sofia apresentou novamente uma alergia, dessa vez mais severa, e teve que voltar a ser internada no hospital dos Estados Unidos.
Entenda o caso
Devido à complexidade da síndrome de Berdon, os médicos estimaram, no dia do nascimento de Sofia, que ela não passaria de um ano de vida.
Devido à complexidade da síndrome de Berdon, os médicos estimaram, no dia do nascimento de Sofia, que ela não passaria de um ano de vida.
Porém, a menina contrariou as expectativas da medicina e comemorou seu primeiro aniversário no dia 24 de dezembro de 2014.
Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia nunca esteve na casa dos pais, que moram em Votorantim (SP). Ela passou pelo Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP) e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo.
Neste período, passou por três cirurgias, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não era realizado no Brasil.
A mãe começou então uma campanha na internet, chamada “Ajude a Sofia”, para arrecar fundos e levar a menina aos EUA. Ao todo, a família arrecadou R$ 1,8 milhão. Mas os pais continuaram brigando na Justiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia.
Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou, em julho do ano passado, a transferência da menina para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, especializado em transplante multivisceral.
Com relação ao dinheiro arrecadado através da campanha "Ajude a Sofia", a intenção dos pais era de doar para outras crianças que, como a Sofia, precisavam de um tratamento caro.
Mas quando a família chegou aos EUA, ficou sabendo que o governo brasileiro pagou apenas a cirurgia, um pacote de homecare e alguns medicamentos. "A partir daí passamos a precisar utilizar o dinheiro da campanha. A conta é monitorada pela Justiça”, afirma Patrícia
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