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sábado, 16 de fevereiro de 2013

A SANTA MISSA DESTE DOMINGO DIA 17/02/2013.


— Sete Santos Fundadores da Ordem dos Servitas
Interessante percebermos o contexto do surgimento desta ordem. No século XII e XIII, predominava uma burguesia anticristã na vivência, porque dizer que é cristão, que é católico, não é difícil, mas vivenciar e testemunhar o amor a Cristo, à Igreja e aos pobres, só com muito esforço e muita graça do Senhor.

Providencialmente, Deus, em sua misericórdia, foi suscitando vários santos como verdadeiros caminhos da fé e da felicidade, como os sete santos de hoje que fundaram a Ordem dos Servos de Maria. Eles pertenciam ao grupo de burgueses, até que foram se aproximando de um grupo de oração que se reunia com uma imagem de Nossa Senhora e ali oravam. Aqueles jovens foram se aproximando e a graça de Deus foi conquistando o coração deles.

Foram sete a dar um passo de radicalidade. Abandonaram o luxo, os cavalos, as festas, e foram viver uma vida monástica como sinal de santidade naquela sociedade em decadência. Com exceção de Alessio, que ficou como irmão religioso, os demais tornaram-se sacerdotes. Mas todos eles, como um só sinal de que ser servo de Cristo e da Virgem Maria, é preciso ter muito amor.

Oração, penitência e renúncia são percebidos na vida dos santos. Essas coisas são comuns, porque brotam da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e estão presentes no Evangelho que a Igreja de Cristo prega.

Sete santos fundadores da Ordem dos Servitas, rogai por nós!


17.02.2013
1º Domingo da Quaresma — ANO C
(ROXO, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
__ "No deserto, Jesus foi tentado durante 40 dias. Proposta de Deus, resposta do homem." __

NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Estamos no início de nossa caminhada quaresmal. No contexto do ano da fé, queremos iniciar essa caminhada deixando-nos iluminar pela fé. O ser humano de fé não é indiferente, e muito menos se vangloria daquilo que possui, pois é consciente de que em Deus se encontra a fonte de tudo. E professar a fé não é uma teoria que enumera conceitos, mas é reconhecer a presença divina que se coloca a serviço da vida humana através dos frutos da terra e do trabalho humano. Nesse sentido, a oração do homem e da mulher de fé não só se manifesta em súplicas, mas em ação de graças, pois reconhece que aquilo que Deus fez no passado, continua fazendo ainda hoje. Assim como Jesus, que foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo, deixemo-nos conduzir pelo mesmo Espírito nesse tempo quaresmal, para nos fortalecer com o pão da Palavra e da penitência.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: No primeiro domingo do Quaresma celebramos as tentações do deserto, onde Jesus mostra-nos que o jejum, a oração e a caridade são meios eficazes para também nós vencermos as ciladas do Inimigo. Somente com o coração purificado, podemos restabelecer as relações fraternas e viver a juventude perene da fé. Que essa seja a nossa profunda conversão, inspirada pela Campanha da Fraternidade.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Neste primeiro domingo da quaresma é proposta uma reflexão fundamental sobre o destino do homem. É uma meditação religiosa, uma vez que põe em causa o justo relacionamento com Deus, libertando-o de duas concepções errôneas. - O homem é escravo das forças naturais ou históricas; sua presença no mundo é o fruto de um acaso que lhe pregou uma peça breve e cruel, dando-lhe a ilusão de felicidade e abandonando-o ao poder da morte. O homem é arbítrio absoluto de seu destino, senhor do bem e do mal, dominador das forças cósmicas, único protagonista da história. Mas Deus retoma seu plano lenta e constantemente. Todo homem, como toda geração e toda comunidade, é chamado a reviver a mesma opção fundamental de obediência, mostrada por Cristo ao sair vitorioso da provação e das tentações.
Sintamos o júbilo real de Deus em nossos corações e cheios dessa alegria divina entoemos alegres cânticos ao Senhor!
I DOMINGO DA QUARESMA
Antífona da entrada: Quando meu servo chamar, hei de atendê-lo, estarei com ele na tribulação. Hei de livrá-lo e glorificá-lo e lhe darei longos dias (Sl 90,15s).
Oração do dia
Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário das Leituras: Todas as leituras apontam na direção da fé, enquanto confiança total e plena em Deus. Nesse sentido, a quaresma se caracteriza por ser um tempo que nos conduz ao deserto, juntamente com Jesus Cristo, para aprender a vencer todas as tentações, para nos fortalecer com a Palavra de Deus, que está ao nosso alcance e, para reconhecer e professar que tudo aquilo que somos e temos na vida vem de Deus.
Primeira Leitura (Deuteronômio 26,4-10)
Leitura do livro do Deuteronômio.
26 4 O sacerdote, recebendo o cesto de tua mão depô-lo-á diante do altar do Senhor, teu Deus.
5 Dirás então em presença do Senhor, teu Deus: "meu pai era um arameu prestes a morrer, que desceu ao Egito com um punhado de gente para ali viverem como forasteiros, mas tornaram-se ali um povo grande, forte e numeroso.
6 Os egípcios afligiram-nos e oprimiram-nos, impondo-nos uma penosa servidão.
7 Clamamos então ao Senhor, o Deus de nossos pais, e ele ouviu nosso clamor, e viu nossa aflição, nossa miséria e nossa angústia. O Senhor tirou-nos do Egito com sua mão poderosa e o vigor de seu braço,
8 operando prodígios e portentosos milagres.
9 Conduziu-nos a esta região e deu-nos esta terra que mana leite mel.
10 Por isso trago agora as primícias dos frutos do solo que me destes, ó Senhor. Dito isto, deporás o cesto diante do Senhor, teu Deus, prostrando-te em sua presença".
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 90/91
Em minhas dores, ó Senhor,
permanecei, junto de mim!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente,
diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".
Nenhum mal há de chegar perto de ti,
nem a desgraça baterá á tua porta;
pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.
Haverão de te levar em suas mãos,
para o teu pé não se ferir nalguma pedra.
Passarás por sobre cobras e serpentes,
pisarás sobre leões e outras feras.
"Porque a mim se confiou,
hei de livrá-lo e protegê-lo,
pois meu nome ele conhece.
Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atende-lo,
e a seu lado eu estarei em suas dores."
Segunda Leitura (Romanos 10,8-13)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
10 8 Que diz ela, afinal? "A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração". Essa é a palavra da fé, que pregamos.
9 Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação.
11 A Escritura diz: "Todo o que nele crer não será confundido".
12 Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam,
13 porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, palavra de Deus.
O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4).

EVANGELHO (Lucas 4,1-13)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
4 1 Cheio do Espírito Santo, voltou Jesus do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto,
2 onde foi tentado pelo demônio durante quarenta dias. Durante este tempo ele nada comeu e, terminados estes dias, teve fome.
3 Disse-lhe então o demônio: "Se és o Filho de Deus, ordena a esta pedra que se torne pão".
4 Jesus respondeu: "Está escrito: 'Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus'".
5 O demônio levou-o em seguida a um alto monte e mostrou-lhe num só momento todos os reinos da terra,
6 e disse-lhe: "Dar-te-ei todo este poder e a glória desses reinos, porque me foram dados, e dou-os a quem quero.
7 Portanto, se te prostrares diante de mim, tudo será teu".
8 Jesus disse-lhe: "Está escrito: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e a ele só servirás'".
9 O demônio levou-o ainda a Jerusalém, ao ponto mais alto do templo, e disse-lhe: "Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
10 porque está escrito: 'Ordenou aos seus anjos a teu respeito que te guardassem.
11 E que te sustivessem em suas mãos, para não ferires o teu pé nalguma pedra'".
12 Jesus disse: "Foi dito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'".
13 Depois de tê-lo assim tentado de todos os modos, o demônio apartou-se dele até outra ocasião.
- Palavra da Salvação.
- Glória Vós, Senhor!
HOMILIA - CREIO - PRECES
(Ver abaixo ao final desta liturgia 3 sugestões de Homilia para este domingo)
Sobre as oferendas
Fazei, ó Deus, que o nosso coração corresponda a estas oferendas com as quais iniciamos nossa caminhada para a Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio próprio: A Tentação do Senhor
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Jejuando quarenta dias no deserto, Jesus consagrou a observância quaresmal. Desarmando as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade. Celebrando agora o mistério pascal, nós nos preparamos para a páscoa definitiva. Enquanto esperamos a plenitude eterna, com os anjos e todos os santos, nós vos aclamamos, cantando (dizendo) a uma só vos...
Antífona da comunhão: Não só de pão vive o homem, as de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4).
Depois da comunhão
Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda palavra que sai de vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
A CONSTITUIÇÃO SOBRE A LITURGIA (Sacrosanctum Concilium)
RENOVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA LITURGIA
No dia 04 de dezembro de 1963 foi aprovado e publicado o primeiro documento do Concílio Vaticano II. Trata-se da constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a sagrada liturgia, que estabelece os princípios teológico-pastorais fundamentais para desencadear uma profunda reforma urgente e necessária, da liturgia e da própria Igreja. A renovação da liturgia era uma exigência unânime, fruto das transformações trazidas pelo movimento litúrgico iniciado no final do século XIX. A promulgação desse documento foi um marco na vida da Igreja, fundamental para a promoção e o desenvolvimento da liturgia. Devolveu-se a ela a verdadeira importância e centralidade na vida cristã, pois é a mais perfeita expressão do mistério de Cristo e da nossa união com Deus. "A liturgia contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da verdadeira Igreja, que é simultanemente humana e divina, empenhada na ação e dada à contemplação" (SC, n.2). Sendo dividida em sete partes, nas próximas edições faremos a apresentação de cada.
Quaresma no Ano da Fé
Com a Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a Quaresma e nossa preparação para a Páscoa. É tempo de ouvir e acolher com atenção renovada a Palavra de Deus, que nos chama ao encontro e à comunhão com o Deus misericordioso e salvador. É tempo de revisão, para avaliarmos como anda a nossa vida cristã e se cumprimos nossos compromissos batismais com Deus e com a Igreja, observando seus mandamentos.
Na Quaresma deste Ano da Fé, faço um convite especial para nos confrontarmos com a fé que recebemos e professamos com a Igreja.
  1. Temos uma fé firme? Procuremos o encontro pessoal com Deus, na leitura da Palavra de Deus, nos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Peçamos a Deus, como os Apóstolos: "Senhor, aumenta a nossa fé!". Dá-nos uma fé viva, que frutifique na esperança, na caridade e em toda obra boa!
  2. Temos uma fé esclarecida, capaz de explicar a nós e aos outros o que cremos, enquanto católicos? Procuremos ler e estudar o Catecismo da Igreja Católica, que nos explica a fé da Igreja. A fé pouco esclarecida e que não tem raízes profundas e fortes, pode facilmente ser desviada ou perdida.
  3. Abandonamos a fé, ou negamos alguma parte da fé da Igreja? Façamos penitência e peçamos o perdão de Deus. A infidelidade na fé é pecado contra Deus. É fechar as portas a Deus é afastar-se dele. Peçamos perdão a Deus pelos pecados contra a fé.
Em todo o caso, procuremos e peçamos a fé, pois é ela que nos possibilita entrar em comunhão com Deus e receber dele a vida. Deus não deixa de dar a fé a quem a pede.
Durante a Quaresma, preparemo-nos para fazer a renovação alegre e convicta de nossa fé, no Sábado Santo, durante a celebração da Vigília Pascal.
Para a Quaresma, aconselho a ler novamente minha Carta Pastoral – Senhor, aumentai a nossa fé – escrita para toda a Arquidiocese de São Paulo em vista do Ano da Fé. Se ainda não a tem em mãos, procurar no site (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br), ou em sua Paróquia.
Boa Quaresma de 2013 a todos! Boa preparação para a Páscoa!
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
TEXTOS BÍBLICOS PARA A SEMANA:
2ª Lev 19,1-2.11-18; Sl 18 (19); Mt 25,31-46
3ª Is 55,10-11; Sl 33 (34); Mt 6,7-15
4ª Jn 3,1-10; Sl 50 (51); Lc 11,29-32
5ª Est 4,17; Sl 137 (138); Mt 7,7-12
6ª 1Pd 5,1-4; Sl 22 (23); Mt 16,13-19
Sa Dt 26,16-19; Sl 118 (119); Mt 5,43-48
2º DOM. DA QUARESMA: Gn 15,5-12.17-18; Sl 26 (27),1. 7-8. 9. 13-14 (R/ 1a); Fl 3,17 – 4,1; Lc 9,28b-36 (Transfiguração)
Link das Partituras dos Cantos para o Mês de Fevereiro/2013:
http://www.diocesedeapucarana.com.br/userfiles/cantos_fevereiro_2013.pdf

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. AS TENTAÇÕES DE CRISTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Em certa ocasião ganhei de um amigo um par de pneus especiais para colocar no meu carro,, que segundo ele, eram ótimos para rodar no meio da lama e em estradas de terra de pista irregular, sendo que meu amigo garantiu-me ainda que não havia obstáculo que os mesmos não ultrapassassem, porque eram feitos com borracha especial e que tinham uma alta resistência. Confesso que nunca soube ao certo se todos esses atributos dos pneus era mesmo verdade, simplesmente porque jamais passei com eles por terrenos ou estradas com essas características. Da mesma forma, a nossa fé só se pode mostrar verdadeira e autêntica em sua fidelidade, se for comprovada diante das tentações.
Poderíamos ainda como exemplo, citar o caso de uma pessoa que está fazendo regime e assegura a todos que já aprendeu a se controlar em relação aos alimentos, porém, não pode passar diante de uma padaria que acabará não resistindo aos doces e guloseimas expostas no balcão e deverá, para o seu bem, manter-se longe das “tentações”. Na vida do cristão isso não pode acontecer. Jesus Cristo não fugiu das tentações, mas as enfrentou com coragem, confirmando assim sua total fidelidade ao Projeto do Pai.
Quando temos medo de freqüentar “certos ambientes” ou estar na companhia de certas pessoas de má fama, estamos manifestando o desejo de correr das tentações porque no fundo, achamos que talvez o mal presente nelas, tenha mais força do que a graça de Deus que trazemos conosco. Se Jesus pensasse dessa forma, com certeza não teria freqüentado a casa dos pecadores e nem andado com mulheres como Maria Madalena, e nem chamado para o seu grupo pessoas como Mateus, cobrador de impostos.
Na primeira tentação, o diabo tenta convencer Jesus a tirar vantagem da sua condição divina “Olha, deixa de ser bobo e use o seu poder divino transformando essas pedras em pães para saciar a sua fome”. Usar o poder que algum cargo nos confere, na vida pública, na vida profissional e até mesmo na comunidade, para beneficiar-se a si próprio, como Jesus, teremos de saber resistir a essa tentação que é muito forte, pois se ele tivesse caído na lábia do tentador, não seria realmente um homem, mas teria apenas a aparência humana e seu sofrimento seria uma grande farsa.
Na segunda tentação está outro grande perigo: ter poder para dominar a tudo e a todos, ser influente e importante e fazer com que as pessoas venham todas “comer na palma da nossa mão”, como costuma se dizer para mostrar a nossa superioridade. Ser o dono da vida das pessoas, mandar e desmandar, o diabo ofereceu todos os reinos do mundo a Jesus, isso significa dizer que toda a humanidade estaria submetida a ele, e nesse caso o seu reino seria imposto e os homens não teriam escolha, seria obrigados a aceitá-lo. Prostrando-se aos pés do diabo, Jesus estaria aceitando fazer o seu “jogo”, usando o seu método diabólico. Contrariando a proposta sedutora do diabo, Jesus irá prostrar-se não a seus pés, mas aos pés dos discípulos, colocando em lugar do Poder o Servir. Precisamos tomar muito cuidado para que na comunidade não sejamos surpreendidos cedendo a esta tentação.
E finalmente a terceira tentação: exigir de Deus uma prova do seu amor para conosco isso é, “poderei me jogar do vigésimo andar de um prédio, que nada irá me acontecer porque Deus não irá permitir”, foi esse verbo que o apóstolo Pedro empregou, quando tentou convencer Jesus a fugir do seu destino – Deus não permita tal coisa, Senhor. Isso é tentar a Deus e colocá-lo á prova! Nos momentos mais difíceis de sua vida Jesus nunca duvidou do amor do Pai, nem mesmo quando estava na cruz do calvário, experimentando o fracasso aos olhos dos seus aos quais tanto amou.
As tentações de Jesus resumem bem, todas as tentações que enfrentamos nessa vida, sendo ocasiões oportunas para provar a nossa fidelidade ao projeto de Deus e a nossa capacidade de usarmos com sabedoria a liberdade que o próprio Deus nos concedeu. É assim que devemos buscá-lo nesta quaresma, através do jejum, da oração e da esmola, que nos ajudará no processo de conversão aproveitando ao máximo todos os momentos que a vida nos oferece, porque como vimos na liturgia da quarta feira de cinzas, este é o tempo favorável em que o Senhor se deixa encontrar. Importante também lembrar que as tentações evoluem, quanto mais resistência e força tivermos, mais forte ela irá voltar, o diabo sempre acha que no segundo embate ele levará vantagem.
O texto afirma que o tentador deixou Jesus para voltar em outro tempo, que viria a ser na cruz do calvário onde se consolidou a vitória da Cruz, sinal da Fidelidade de Jesus ao Pai. Portanto, não descuidemos da retaguarda!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  cruzsm@uol.com.br
2. O filho de Deus obediente à vontade do Pai
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
A cena das tentações está intimamente vinculada à cena do batismo e à genealogia de Jesus: é como Filho de Deus que Jesus é tentado (cf. Lc 4,3.9). Israel, depois de ter sido escolhido pelo Senhor como seu filho (Ex 4,22), foi conduzido pelo deserto, através de uma coluna de fogo (cf. Is 63,11.14), para ser tentado durante quarenta anos. A tipologia subjacente ao relato das tentações de Jesus é a do Êxodo.
As três cenas das tentações descrevem Jesus como Filho de Deus, obediente à vontade do Pai. Por essa razão, ele não cede à sedução de usar seus poderes ou sua autoridade de Filho para uma finalidade distinta da que é a sua missão. A tentação é a de utilizar a sua condição de Filho de Deus em benefício próprio. As três cenas fazem alusão às tentações do povo de Israel ao longo da travessia pelo deserto. O relato não visa nos fazer compreender que as tentações aconteceram num único momento da vida de Jesus; ele só pode ser lido e compreendido no conjunto do evangelho, pois as tentações acompanharam Jesus ao longo de toda a sua vida terrena.
Como Moisés, que antes de escrever as palavras da aliança jejua, assim também Jesus, antes de começar o seu ministério público. Depois de dias de jejum, a fome não aparece como uma tentação surpreendente. Ainda que o pão seja necessário para a vida, a vida do ser humano não se reduz aos seus bens, nem se resolve com um passe de mágica. A segunda tentação é a da ambição da realeza humana, que Jesus rejeita. Depois da multiplicação dos pães, querem fazer Jesus rei: "Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, retirou-se, de novo, sozinho, para o monte" (Jo 6,15; Mc 8,31-33; Mt 27,42-43). Na cruz zombavam dele e gritavam: "Rei de Israel que é, desça agora da cruz e creremos nele!" (Mt 27,42).
A terceira tentação é a de realizar um sinal espetacular para ser crido e reconhecido. Em Jo 6,30s, temos uma questão do mesmo tipo: "Que sinal realizas para que vejamos e creiamos em ti?" A tentação de se fazer valer aos olhos dos homens e de buscar a sua própria glória é algo presente em toda a vida de Jesus. No entanto, a pedagogia de Jesus é de outra sorte para conduzir as pessoas à fé nele. A fidelidade de Jesus ao Pai, a clareza da vontade de Deus para a sua vida, a convicção de sua missão, a força do Espírito Santo recebida no batismo, permitem a Jesus não sucumbir nem cair no poder da tentação.
Oração
Espírito de fortaleza, permanece sempre comigo, nas horas da tentação, para que, como Jesus, eu seja firme em superá-las.
3. VENCENDO AS TENTAÇÕES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os evangelhos não escamoteiam o fato da tentação na vida de Jesus. Se, por um lado, ao ser tentado, a humanidade do Messias fica patente, uma vez que todo ser humano é passível de tentação, por outro lado, a tentação evidencia a sua santidade.
Ao encarnar-se, Jesus assumiu plenamente a condição humana, sem exigir privilégios por ser Filho de Deus. Sendo assim, esteve sujeito a toda sorte de provações, como: abandonar o itinerário traçado pelo Pai para escolher um projeto de vida baseado no orgulho e na vanglória; usar mal o poder recebido do Pai, e realizar milagres para fazer-se reconhecido pelo povo. Foi tentado a desviar-se da cruz, e escolher o caminho fácil do pacto com as potências mundanas, a fim de realizar sua missão. Foi tentado a buscar fama e admiração, por meio de feitos espetaculares.
A santidade de Jesus revela-se na capacidade de vencer toda sorte de tentação, sem abrir mão do projeto do Pai, embora, devendo sofrer as conseqüências da ousadia de ser fiel.
A cruz será a suprema provação de Jesus. Não lhe faltará o desejo de ser poupado dela. Nem estará imune do pavor gerado por esta cruel circunstância. Todavia, ao superá-la, estará provado, mais do que nunca, ser ele o Filho de Deus, santo e fiel.
Oração
Espírito de fortaleza, permanece sempre comigo, nas horas da tentação, para que, como Jesus, eu seja firme em superá-las.fonte:NPD Brasil

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