No local serão construídas três novas unidades prisionais.
Mais antigo presídio do Ceará, o IPPS foi palco de inúmeras rebeliões.
O mais antigo presídio do Cearáx, o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), localizado em Aquirazx, na Região Metropolitana de Fortalezax (RMF), foi desativado na quarta-feira (14). Neste domingo (18), a unidade completa 43 anos. Projetado para abrigar 400 internos, o IPPS foi palco de inúmeros motins e rebeliões, chegando a estampar capas de notíciários nacionais e internacionais. O IPPS também ficou famoso por abrigar alguns dos presos mais perigosos do Estado, como o pistoleiro Mainha.
Em 15 de março de 1994, o que era para ser uma visita de solidariedade se transformou em uma rebelião no IPPS, quando membros da Pastoral Carcerária e o então arcebispo de Fortaleza, Dom Aloísio Lorscheider, foram feitos reféns dentro do presídio. Eles tinham ido apurar denúncias sobre condições precárias do presídio.
Os detentos, que seriam as vítimas, transformaram-se em vilões quando tornaram os 12 visitantes reféns. Dom Aloísio Lorscheider e o então vigário episcopal da Região Metropolitana de Fortaleza, Aldo Pagotto, foram ameaçados de morte. Uma equipe de TV registrou os momentos mais dramáticos da ação dos detentos. Foram mais de 12 horas de tensão durante o motim e a fuga.
"Acho que eu nunca vou esquercer esta cena. A gente estava esperando Dom Aloísio terminar de falar para fazer outra entrevista com ele, quando o Carioca [um dos líderes do motim] passou na minha frente com um rolo de papel e uma faca dento deste rolo", relata a jornalista Adriana Saboya.
Os amotinados pediram dois carros forte e armamentos para fugir do presídio. Na fuga, os 12 reféns e 14 detentos dividiram espaço nos carros. Os reféns foram soltos no distrito de Serra Azul, no município de Quixadá, no Sertão Central. Nenhum dos reféns foi morto. Doze fugitivos foram recapturados e dois morreram durante a perseguição policial.
Outras rebeliões
Em abril de 1997, um grupo de 25 presos invadiu a administração do IPPS e fez 17 reféns. As negociações duraram três dias. Os presos deixaram o presídio em cincos carros, com armas e dois reféns. Dois presos morrem durante a perseguição policial. No dia 24 de dezembro do mesmo ano, quatro integrantes da Pastoral Carcerária são feitos reféns por 24 detentos. A fuga terminou com oito fugitivos mortos.
Em abril de 1997, um grupo de 25 presos invadiu a administração do IPPS e fez 17 reféns. As negociações duraram três dias. Os presos deixaram o presídio em cincos carros, com armas e dois reféns. Dois presos morrem durante a perseguição policial. No dia 24 de dezembro do mesmo ano, quatro integrantes da Pastoral Carcerária são feitos reféns por 24 detentos. A fuga terminou com oito fugitivos mortos.
História
Inaugurado em 18 de agosto de 1970 pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, o IPPS foi desativado por não atender mais aos critérios de edificação prisional definidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No local, segundo a Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), vão ser construídas três novas unidades prisionais, duas de média segurança, cada uma com capacidade para 650 internos; e as terceira de alta segurança, que abrigará 100 detentos.
Inaugurado em 18 de agosto de 1970 pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, o IPPS foi desativado por não atender mais aos critérios de edificação prisional definidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No local, segundo a Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), vão ser construídas três novas unidades prisionais, duas de média segurança, cada uma com capacidade para 650 internos; e as terceira de alta segurança, que abrigará 100 detentos.
Os 293 presos foram levados para outras cadeias, como a Penitenciária de Pacatuba e as Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), onde cumprirão o restante de suas penas. Para a transferência, foram levados em consideração o grau de periculosidade, odelito cometido e o regime da pena. Quando foi inaugurado, o IPPS tinha capacidade para acolher 400 internos. Nas décadas de 80 e 90, o IPPS teve sua capacidade ampliada para 940 vagas, mas chegou a receber cerca de 1500 internos.
Desde março de 2010, o IPPS não recebia novos detentos. Decisão do juiz titular da Vara de Execução Penal e Corregedoria de Presídios do Fórum Clóvis Beviláqua, Luiz Bessa Neto, determinou a interdição da unidade e fixou o prazo de dois anos para que fosse desativada. Na época, a população carcerária do IPPS era de 1.116 presos. Em janeiro de 2013, a Justiça prorrogou o prazo para a desativação do IPPS, quando foi determinada a data limite de outubro de 2013.
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