Órgãos apresentam plano de segurança às seleções, que terão agentes particulares no Brasil; Fifa diz que não vai aceitar qualquer tipo de violência
Maior preocupação das seleções e dos torcedores na Copa do Mundo, a segurança foi discutida nesta quinta-feira, no seminário de Florianópolis. Representantes dos ministérios da Defesa e da Justiça revelaram um contingente de 170 mil homens, entre segurança pública e privada, atuando durante a competição, além de um investimento de R$ 1,9 bilhão do governo federal.
Integrantes da Fifa e do COL responsáveis por segurança também participaram do evento e disseram ter apresentado o plano estratégico às 32 seleções que vão disputar o Mundial. Segundo eles, todos aprovaram as ideias. Serão 20 mil pessoas na segurança privada dos eventos: jogos, treinos, fan fests, entre outras atividades como deslocamento e hospedagem de delegações.
O número de homens na segurança pública será três vezes maior do que na Copa das Confederações: 150 mil pessoas. O orçamento não sofreu alterações após as manifestações ocorridas durante o torneio no ano passado. Ele se divide entre R$ 1,1 bilhão do Ministério da Justiça e R$ 708 milhões da Defesa. Pequenas variações devido ao ajuste cambial podem ocorrer até junho.
- O orçamento foi aprovado por lei e feito com a premissa fundamental de que todo recurso aplicado seja útil posteriormente para as cidades, estados e a segurança cotidiana de cada cidade. Inclusive, o legado antecipado de vários equipamentos já está sendo utilizado em ações concretas - afirmou Andrei Rodrigues, secretário do Ministério da Justiça.
Cada uma das 12 sedes terá centros integrados de comando e controle nacional, chamados de CICCN. Além de um posto local, haverá unidades móveis: três em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e duas nas demais cidades. Os participantes da entrevista bateram várias vezes na tecla da atuação integrada entre as unidades de segurança, incluindo a agência de inteligência, para evitarem transtornos na Copa.
Apresentado pelo general Jamil Megid Jr., do Ministério da Defesa, o plano de ação tem 11 eixos estratégicos, incluindo até prevenção e combate ao terrorismo. Ele também prevê a atuação do Exército em casos extremos.
- Uma das atividades foi nominada de “forças de contingência”. Os planos se iniciaram em 2011 e sempre houve preparação para que, em caso de situação anormal, numa necessidade que extrapole os meios de segurança pública, as forças armadas sejam acionadas.
Andrei Rodrigues também disse que as manifestações pacíficas não serão reprimidas, mas que é uma preocupação do governo prevenir e inibir atos de violência que possam ocorrer durante os protestos.
Agentes da Força Nacional também vão participar do esquema de segurança da Copa (Foto: Reuters)
Seleções terão agentes particulares
Também no seminário, as seleções foram apresentadas a profissionais chamados “agentes de ligação”. Cada uma das 32 delegações será acompanhada por esses homens, que, em conjunto com os chefes de segurança dos países, vão transmitir ao COL e aos demais órgãos as necessidades específicas em relação ao assunto.
- São profissionais que tiveram atividade de mais de 30 anos no funcionalismo público. Vieram dos ministérios da Defesa e da Justiça, e de secretarias estaduais de segurança. Foram oficiais do exército, da Polícia Militar, delegados e agentes da Polícia Federal. Eles vão desenvolver esse trabalho de ligação com autoridades brasileiras e COL - explicou Hilário Medeiros, responsável pelo tema no Comitê Organizador Local.
Todos os agentes falam inglês e alguns também dominam o idioma do país, casos dos responsáveis por Alemanha, Japão, França e Irã, por exemplo. Eles foram contratados pelo Comitê.
Fifa: ‘Não vamos nos esconder’
Membro da Fifa no encontro sobre segurança, Ralf Mutschke reiterou que o tema é prioridade total da entidade para a realização da Copa do Mundo. Ele condenou qualquer tipo de violência, e citou manifestações púbicas, episódios protagonizados por torcedores, além de prostituição infantil e tráfico de drogas.
Mutschke também afirmou que a Fifa não se sente alvo dos protestos, mesmo tendo sido foco da ira de muitas pessoas durante a Copa das Confederações. Para ele, as pessoas foram às ruas contra a corrupção.
- Simplesmente não aceitamos qualquer tipo de violência. A Fifa está altamente comprometida para garantir a segurança de jogadores, torcedores ou qualquer outra parte interessada e envolvida no evento. A Fifa virá com mais pessoas. Não nos sentimos alvo e não estamos ocultando nosso símbolo. Não vamos nos esconder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário