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quinta-feira, 12 de junho de 2014

ÔNIBUS 174:TRAGÉDIA NO RIO DE JANEIRO COMPLETA 14 ANOS E FAMÍLIA AINDA AGUARDA INDENIZAÇÃO

O caso teve transmissão ao vivo de vários países. A morte foi mostrada ao vivo (FOTO: REPRODUÇÃO)
O caso teve transmissão ao vivo de vários países. A morte foi mostrada ao vivo (FOTO: REPRODUÇÃO)
14h, 12 de junho do ano 2000, Rio de Janeiro. Era segunda-feira, a semana começa para uns e acabava para a professora cearense Geísa Firmo Gonçalves, de 20 anos. Após cerca de cinco horas em um sequestro junto a outros reféns na linha de ônibus 174 Gávea – Central do Brasil, a cearense perdeu a vida em uma ação errada da Polícia. Na ocasião, Geísa estava sob a mira do revólver do sequestrador Sandro do Nascimento.
O caso teve transmissão ao vivo de vários países. A morte foi mostrada ao vivo. A tragédia virou filme. Geísa foi atingida por quatro tiros. O primeiro foi letal.  Já Sandro do Nascimento morreu asfixiado dentro do camburão da polícia a caminho do hospital.
Na época o advogado criminalista Delano Cruz, defendeu a família da jovem cearense e relembra os fatos que marcaram sua carreira. Ele conta que quem o chamou para defender do caso foi a irmã de Geísa, Maria Elisângela Firmou. “Ela era minha cliente e me convidou para assumir o caso, aceitei”, relembra. Segundo o advogado todo o caso envolveu grande comoção e também confusão processual. “As pessoas não estavam acostumadas a ver um sequestro sendo transmitido todo ao vivo, isso gerou emoção. Mas teve muito sofrimento por parte da família, cada um queria uma coisa. O namorado também queria receber indenização.”

Michel Gomes interpreta o jovem Sandro no filme 'Última Parada 174' (Foto: Divulgação)
Michel Gomes interpreta o jovem Sandro no filme ‘Última Parada 174′ (Foto: Divulgação)
Hoje o processo ainda corre na justiça, e a indenização para o pai da vítima que inicialmente foi pedida no valor de R$ 900 mil reais, hoje foi reduzida para R$ 50 mil além de uma pensão vitalícia no valor de três salário mínimos. Na época do sequestro, a Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeirose negava a pagar a indenização alegando que o estado não tinha responsabilidade pela morte da refém, tratando o episódio como “infeliz incidente”. A Procuradoria também questionava a dependência financeira do pai da vítima, visto que ele não via a filha há muito tempo e não podia provar que dependia do dinheiro dela.
No momento o caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Delano afirma que quando chega nessa instância o caso já está praticamente definido. “Depois de muito tempo na justiça, 14 anos, posso dizer que hoje o caso está praticamente definido, quando chega no STJ não tem mais que provar ou alegar nada”, comenta.
Homenagem
A Escola Municipal Geísa Firmo Gonçalves, localizada no bairro José Walter, foi inaugurada no ano de 2001, pouco mais de um ano do sequestro. Sonho do pai da vítima a escola é uma homenagem a refém morta no ano 2000. Ainda no ano do sequestro seguido de morte, o pai da jovem Gilson Gonçalves, queria parte do dinheiro da indenização para construir uma creche para homenageá-la.
A escola tem 414 alunos todos do ensino fundamental 1 (1° ao 5° ano). O diretor Arnaldo Saldanha está à menos de um ano a frente da gestão, mas afirma que os alunos tem conhecimento de tudo que aconteceu e relembrar a história. “Desde que eu entrei aqui ainda não teve nada, mas sempre tinha exibição do filme e projetos para passar para as crianças a explicação da homenagem.” Além dos projetos, no hall de entrada é possível ver uma placa com uma foto de Geísa.
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