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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

JOSÉ MARIANO BELTRAME EXONERA O COMANDANTE DO BATALHÃO DE CHOQUE DO RIO DE JANEIRO.

Coronel Fábio Almeida deixa o batalhão após denúncia de revista onde ele incitava os PMs contra manifestantes

GABRIEL SABÓIA E VANIA CUNHA
Rio - O coronel da Polícia Militar Fábio Almeida de Souza foi exonerado nesta segunda-feira do comando do Batalhão de Choque. A decisão do secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, aconteceu após divulgação de uma reportagem da revista 'Veja' onde o então tenente-coronel incitava os policiais militares contra os manifestantes que participavam dos protestos no segundo semestre de 2013.
A decisão foi tomada após o secretário de Segurança ter acesso a documentação e reportagens que mostram o conteúdo das trocas de mensagens. Além da exoneração, foi aberto contra o coronel um procedimento disciplinar.
Coronel Fábio Almeida de Souza foi exonerado do comando do Batalhão de Choque nesta segunda pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame
Foto:  Banco de imagens
Além disso, vai ser feito um levantamento do inquérito e dos números de telefones que trocaram mensagens de cunho nazistas. Outras pessoas, segundo o secretário, também podem ser punidas.
Segundo decisão do novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alberto Pinheiro Neto, o coronel Wilman Rene Gonçalves Alonso vai assumir o Choque, acumulando a função temporariamente com o Comando de Operações Especiais (COE).
Em mensagens polêmicas em grupo do WhatsApp, o coronel Fábio Almeida de Souza teria sugerido matar manifestantes, até com tiro de fuzil; confessado que usou lançador de bomba a menos de 30 metros de integrante do grupo Black Bloc (os mais radicais durante os protestos) e defendido a filosofia da Alemanha nazista.
Em algumas das mensagens, PMs fazem críticas e ameaças ao novo comandante da unidade: “Toque de presença do comandante”, avisa um policial, no que o outro retruca: “Poderia ter um toque para óbito do comandante...”. Em outro, um PM pergunta: “Quer fazer algo pela gente, comando??? De verdade???”. O coronel Fábio teria indagado: “Mata o obtuso (apelido dado a Rocha)?”. Os policiais ainda falam sobre ‘botar um despacho na encruzilhada com o nome dele’, ensinado o procedimento. Uma mensagem que seria de Fábio ironiza: “Viva o despacho”.

O teor dos textos, que consta em relatório de 232 páginas da Corregedoria da Polícia Militar, foi revelado no último sábado pela ‘Veja’. Em nota oficial, a PM informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) está em andamento, na fase de cumprimento de exigências feitas pelo Ministério Público. O responsável pelas investigações é o coronel Gilson Chagas, comandante do 12º BPM (Niterói). “Todos os oficiais citados nos fatos já depuseram na qualidade de testemunhas”, complementou o texto.
Afastado do Choque em agosto de 2013, o oficial foi para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e depois integrou a escolta de Beltrame. Em novembro, havia retornado ao comando do Choque, desta vez, promovido a coronel. O secretário afirmou nesta segunda que na época não havia nenhum procedimento contra Fábio Almeida.
"Quando o retirei do Bope para colocá-lo na minha segurança particular, não havia qualquer procedimento contra o coronel, por isso fiz essa movimentação. Esse procedimento está sendo aberto após um pedido meu", afirma.
No período em que as mensagens teriam sido trocadas pelo oficial e subordinados, a ação dos Black Bloc estava no auge de ataque a prédios. Durante uma discussão do grupo sobre técnicas de combate aos manifestantes, o major Adriano teria sugerido a introdução da técnica com o uso do bastão, chamado de tonfa. Para o coronel Fábio, no entanto, o método de resolver a questão seria atirar com munição de fuzil:
“Mata! Assim imobiliza para sempre...7.62 mata eles tudo (sic)...Porrada, paulada, fuzilzada, mãozada”. Nas mensagens, o oficial teria deixado claro projeto de poder para este ano. “Padrão Alemanha 1930”, numa referência ao nazismo. Há investigação ainda se, depois que o oficial deixou o Choque em agosto de 2013, houve boicote a ações policiais.
Ar-refrigerado desligado 
Os problemas de combustível na PM não foram solucionados. A corporação reconheceu ontem que pedirá explicações à Petrobras, fornecedora da gasolina das viaturas, por atrasos em pelo menos duas unidades. Em áudio enviado ao WhatsApp do DIA (98762-8248) , gravado domingo, policiais do 22º BPM (Maré) teriam recebido a ordem de não ligar o ar-condicionado dos carros. A PM nega essa orientação. 
“Não utilizem o ar-condicionado... está afetando o combustível’, ouve-se na gravação, feita por um PM que pediu anonimato. “Com o calor que tem feito, eles mandam que não liguemos os aparelhos”, lamentou.
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