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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

APÓS PROMESSA, CASAL ADOTA QUATRO FILHAS DE AMIGA QUE MORREU DE CÂNCER.


Mulher prometeu para a mãe biológica das crianças que cuidaria de suas filhas caso ela morresse. Avó nas meninas diz não ter como cuidar das netas.

FONTE:G1
FFFO
Uma promessa, entre duas mulheres, prova o poder de uma verdadeira amizade.
A casa é a da família Ruffino, em um bairro de classe média de Buffalo, no estado de Nova York. Uma família grande. Daquelas que o pai tem que fazer "chamada" antes de sair de casa.

A imagem é de uma família feliz, formada por um casal jovem e seis meninas entre 5 e 12 anos. E as crianças, apesar das diferentes idades, estão sempre juntas, brincando e sorrindo. Olhando de fora, fica difícil imaginar que essa família luta hoje para superar um drama.
Na verdade, apenas Grace e Isabella são filhas biológicas de Rico e Laura. Tara, de 12 anos; Samona, de 8; Ella, de 7; e Lilyan de apenas 5, são filhas da melhor amiga de Laura: Elizabeth Diamond, que morreu em abril deste ano, depois de lutar oito meses contra um câncer no cérebro, diagnosticado já em estado avançado.

“Um dia nós estávamos deixando o hospital depois do exame que tinha mostrado que o câncer estava crescendo. Ela já tinha perdido os cabelos, estava com chapéu e me disse: ‘Se alguma coisa acontecer comigo, eu quero que você fique com minhas filhas’. Eu disse: ‘Ok’”, conta a cabeleireira Laura Ruffino.

Fantástico: Você concordou sem falar com o Rico, seu marido?
Laura Ruffino: Sim.
Rico Ruffino, professor de informática: Eu só disse: "Se alguma coisa acontecer com Elizabeth, vai ser uma honra para mim cuidar das crianças".

Fantástico: E você não ficou preocupado com o impacto que a chegada de mais quatro crianças causaria na família?
Rico Ruffino: Claro que fiquei! Conversamos com nossas filhas várias vezes sobre isso, para ter certeza de que elas aceitariam essa situação. E elas ficaram felizes em ganhar quatro novas irmãs.
O Fantástico foi até a antiga casa das crianças, onde Dona Susan, mãe de Elizabeth e avó das quatro irmãs continua morando. Ela diz que não tem condições de saúde para ficar com as quatro netas. E que o pai das meninas desapareceu cinco anos atrás, depois que se divorciou da filha. 
“Lilyam, minha neta mais nova, tinha poucos meses de vida”, ela diz.
Dona Susan mantém tudo das netas do mesmo jeito, mas conta que as crianças ficam tristes quando voltam para lá, porque foi o lugar onde a mãe morreu.
Elizabeth era escritora e artista. Na casa de Laura e Rico, os quadros dela estão por toda parte. As fotos também.
O Rico conta que a família faz questão de manter fotos da mãe, Elizabeth, na sala para que as crianças sintam que a casa também é a casa delas.

“O maior medo de Elizabeth é que as crianças crescessem e deixassem de conhecer a mãe. Por isso eu falo dela todos os dias para as crianças”, conta Laura Ruffino.
O Fantástico pergunta se eles estavam financeiramente preparados para isso.
Rico Ruffino: Ninguém está preparado para uma coisa dessas.
Laura Ruffino: A igreja do bairro nos traz comida uma vez por semana, a escola nos deu novas máquinas de lavar e secar.

A família conta também com a ajuda de uma instituição, sem fins lucrativos, onde Elizabeth dava aulas de ioga. Rebecca, uma das diretoras da instituição, diz que a campanha se espalhou pelo mundo através das redes sociais. Mais de US$ 110 mil já foram arrecadados para ajudar Laura a realizar o desejo da amiga.
“Eu prometi a Elizabeth que elas teriam seus próprios quartos”, conta Laura Ruffino.

Várias adaptações tiveram que ser feitas na casa. Do lado da cozinha, por exemplo, ficava a sala de jantar, que era uma continuação da sala de estar da família. Foi só colocar uma cortina e virou um quarto, o quarto da Izabela.
A Izabela disse que fez questão de mudar de quarto para que duas de suas novas irmãs, Tara e Samona, pudessem dormir juntas.
“Nós sempre dormimos juntas na nossa casa”, diz Tara.

Na parte de cima da casa, Samona e Tara mostram o quarto que antes era da filha biológica do casal, Izabela. E também as lembranças da mãe, que agora fazem parte da decoração.

A caçula Julia chama para o quarto ao lado para mostrar o beliche que divide com a irmã, Ella. Este quarto era da outra filha biológica do casal, Grace, que por enquanto está dormindo na sala até a família conseguir o dinheiro para construir um novo cômodo.
Laura Ruffino: Às vezes é difícil falar sobre isso. Não sei por que hoje está tão difícil.
Fantástico: Você está com saudades dela?
Laura Ruffino: Eu sinto saudades e queria que ela estivesse aqui, claro! Estou tentando ser tão boa mãe como ela foi, mas você pode imaginar nessa situação como isso é difícil.
Fantástico: Eu acho que sua atitude deve estar fazendo muita gente dizer para si mesmo: eu não seria capaz de fazer isso. Como você foi capaz?
Laura Ruffino: Muita gente nos diz isso. Nos chamam de heróis. Mas nosso pensamento é que, na vida, a gente nunca pode dar menos do que recebe.

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