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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O FLORESTA ESPORTE CLUBE SONHOS PLANTADOS

Floresta desponta como time a ser batido na Terceirona e almeja brigar com Ceará e Fortaleza, em breve, na elite local

Atacante Adriano Costa, destaque da equipe, em treino no CT ( Foto: Kid Júnior )
Sucesso no campo: Com 65m² de área, Centro de Treinamento na Vila Manoel Sátiro é um dos pilares da equipe para tentar buscar o acesso à Primeira Divisão em dois anos. O clube já demarcou uma parte do terreno para levantar seu estádio e, por ora, tem feito sucesso no PV, onde, liderada pelo técnico Gilmar Antônio e pelo atacante Adriano Costa, lidera com folgas a Terceirona ( Fotos: Kid Júnior/JL Rosa )
O Floresta Esporte Clube quer ser grande. A equipe da Vila Manoel Sátiro, na Capital, fundada em 9 de novembro de 1954 e amadora até o ano passado, profissionalizou-se em 2015 e começou a sua trajetória no Estadual de baixo, pela Série C, como tem de ser, mas já olha para o horizonte vislumbrando chegar à elite em 2017 e bater de frente com os gigantes Ceará e Fortaleza.
Durante seis décadas, a equipe esteve nas mãos da família Sátiro Santiago, que também é responsável pela ocupação inicial do bairro. A história começou a mudar em 2014, com a aproximação dos investidores Ângelo e Fernando Oliva, pai e filho. Eles criaram o Centro de Treinamento do Nordeste (Ceten) em Itaitinga - hoje pertencente ao Ceará - e queriam replicar o modelo para o Floresta. Mas o projeto foi passado ao empresário Sérgio Teixeira e seu filho Diego, que assumiu a presidência do clube.
A pessoa escolhida de levar a campo o sonho ousado da família Teixeira foi Kléber Lavor, um dos "cartolas" mais rodados e famosos do futebol cearense e que se notabilizou principalmente pelo trabalho em outro Verdão, o Icasa, de 2005 a 2009.
Na Vila, ele pretende repetir o sucesso do time do Cariri. "É pensamento nosso chegar à Serie A. Neste ano, subir para a Segunda Divisão. No próximo, para a primeira. Logicamente, junto com o projeto do Teixeira, que é construir o CT, uma das melhores estruturas do Nordeste. Queremos brigar com os grandes e ter uma estrutura igual ou melhor a deles. E ir para a Série D do Brasileiro, depois a C. Um projeto a longo prazo e muito audacioso", define Lavor, que trabalha ao lado do supervisor Everardo Alves, último presidente da era amadora do clube.
O primeiro passo foi a construção de um campo de alto nível para treinamento das categorias de base e do time profissional. Mais dois campos, no mesmo modelo, estão em fase de acabamento e devem ficar prontos até o fim de 2015.

O vasto terreno do clube, de cerca de 65 mil m² e adquirido da família fundadora, ainda abrigará um campo de jogo, onde a direção alviverde espera mandar seus jogos em alguns anos, com capacidade para 5 mil torcedores; além de um hotel para a acomodação dos empregados do clube e para servir de concentração para atletas e comissão técnica em dias de jogo e uma academia. Por enquanto, o único prédio é o antigo casarão que serve de vestiário, e os jogadores realizam as atividades físicas em uma academia alugada, a cerca de 200m do terreno.
Além do projeto ousado de ascensão, os diretores também têm o objetivo de revelar atletas. "Queremos criar uma condição de valorizar os jogadores da região do Nordeste, principalmente do futebol cearense, e tentar colocar no futebol brasileiro", afirma o diretor de futebol.
Primeiros resultados
O investimento em estrutura já começou a se refletir em campo. Com campanha irretocável na 1ª fase, o Floresta é o time a ser batido no quadrangular final da Série C Cearense, que começa no sábado (26). O time da Vila Manoel Sátiro fez nada menos que 30 pontos e terminou a fase inicial com 100% de aproveitamento, tendo o melhor ataque, com 32 gols marcados, e a melhor defesa: 6 gols sofridos.
O técnico da equipe, Gilmar Antônio, divide os créditos pelos bons resultados. "As causas são as condições que nos são dadas pela presidência e pela diretoria e o trabalho dos atletas, empenhados, concentrados e realmente buscando o objetivo, que é o acesso", analisa. Mas o sucesso tão rápido não seria possível sem a preparação, aponta o treinador. "Nos apresentamos bem cedo e conseguimos fazer 40 dias de pré-temporada", conta.
Mescla
O período superior a um mês foi suficiente para Gilmar encontrar a formação tática ideal, que engrenou desde a estreia, quando o Floresta emplacou 3 a 0 sobre o Pacatuba. O 4-4-2 tradicional, armado pelo técnico, une a cadência de jogadores mais experientes com a velocidade e o fôlego dos mais novos.
O meia Jean Alisson, ex-Horizonte, Icasa e Fortaleza, é uma das caras conhecidas do futebol cearense e agora veste a camisa 10 alviverde. Cérebro da criação do Floresta - atuando mais pela esquerda -, ele acredita que a sequência de vitórias também tem o dedo de Gilmar. "O treinador é fundamental. Ele, que vem da base, conhece os meninos e fez essa mescla com a diretoria. Está dando certo", opina.
O zagueiro Eridon, ex-Ceará, Icasa e Ferroviário, é o capitão da equipe e um dos pilares da solidez defensiva. O ataque também é tarimbado. Netinho, ex-Guarani de Juazeiro e Guarany de Sobral, já balançou as redes sete vezes na Terceirona, e só perde na artilharia para o seu companheiro, Adriano Costa - revelado pelo Ferroviário e com passagem pelo Guarany de Sobral - que já marcou 9 gols.
"O Jean e o Netinho são jogadores que têm trabalhado comigo há quase 10 anos. E sempre para o time que vou levo os dois", esclarece Lavor.
Apesar dos planos altos da equipe, os jogadores sabem que o crescimento se dá passo a passo e o primeiro deles é chegar à Série B. "Desde o dia da apresentação, a gente focou nisso", define o artilheiro do time, Adriano.
Base
A juventude do Floresta na Série C fica por conta de 12 garotos das categorias de base que foram integrados ao time profissional. O principal destaque é Rene Alves, o único titular, que, apesar da pouca idade, exerce com talento a função de volante moderno, defendendo e chegando na frente com uma movimentação vertical e eficiente.
Prova do bom trabalho realizado na base são os resultados nos torneios estaduais. No Cearense Sub-20, o Alviverde chegou à semifinal dos dois turnos, e no Sub-17 lidera o seu grupo, à frente do Ceará. Para Lavor, um dos diferenciais da equipe é o pagamento de pelo menos um salário mínimo aos atletas da base. (com Messias Borges)

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