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domingo, 11 de novembro de 2012

LUGAR DE MENINA É EM CAMPO TAMBÉM.


Emmily Carla, Maria Luiza, Amanda Letícia e Natália Donato mostram que o tempo que tinham de ficar bricando de casinha já passou para elas

Foto: Ana Silva

Emmily Carla, Maria Luiza, Amanda Letícia e Natália Donato mostram que o tempo que tinham de ficar bricando de casinha já passou para elas


Apesar da campanha mundial realizada pela Fifa, o futebol continua sofrendo com preconceito de muitos tipos, porém um deles vem sendo varrido das quatro linhas do gramado ao longo dos anos. As mulheres estão despertando para o esporte cada vez mais cedo, já quando crianças deixam as brincadeiras de bonecas de forma cada vez mais precoce pelas escolinhas de futebol. Uma cena que há poucos anos era rara nos clubes e associações esportivas, hoje são comuns: meninas e meninos na faixa de até 12 anos dividem o mesmo espaço no campo de futebol.

No Clube dos Empregados da Petrobras (Cepe), já são cinco meninas treinando junto com os meninos, sendo que elas apresentam mais evolução. Nessa "guerra dos sexos" o grande destaque é Emmily Carla Silva, 11 anos, que além do drible fácil ainda é a principal artilheira das "peladas" de final do treino.

Fã de Marta, brasileira escolhida cinco vezes a melhor jogadora do Mundo pela Fifa, a pequena moradora do bairro de Brasília Teimosa, cheia de sonhos,  deseja ter a oportunidade de seguir essa mesma trajetória e ficar famosa.

A admiração pela camisa dez da Seleção Brasileira pode ser mensurada quando se pergunta quem é o melhor jogador em atividade. Emmily Carla, que já é chamada de Martinha na escolinha do Cepe responde de primeira: Marta. A menina disse que despertou para o desejo de ser jogadora de futebol ao ver as apresentações da brasileira famosa.

Igualmente fãs de Marta, Natália Donato, 8 anos, também se interessou pelo futebol logo cedo. O primeiro contato com o esporte se deu nas arquibancadas do Frasqueirão, onde costuma ir acompanhar os jogos do ABC ao lados dos pais. O encantamento não demorou muito a acontecer, assim como o pedido para mãe matricula-la numa escolinha de futebol. Em princípio veio o receio, mas depois a situação foi contornada e Natalia agora também integra a escolinha dos professores Clóvis e Almir.

"Ela sempre gostou muito de futebol. No estádio é daquelas torcedoras que não param de pular um minuto. Em casa, ela gosta muito mais de ficar jogando futebol com os meninos que ficar com aquelas brincadeiras que são mais comuns as meninas da mesma idade dela", conta a mãe Fátima Lúcia da Silva.

Já o incentivo de Maria Luíza (Malu), de 9 anos, veio do irmão Luís Felipe que é um pouco mais velho. "Acho que essa parte ela também puxou um pouco de mim", revela a professora de Educação Física Micheline Lucena, que como a filha, gostava de bater umas peladinhas com os amigos nos tempos de criança.

Amanda Letícia, 10 anos, é a aluna mais nova da escolinha do Cepe, mas também já chegou buscando seu espaço atuando com desenvoltura e chamando a atenção demonstrando muita habilidade com a bola nos pés. O irmão também foi o grande incentivador para os primeiros passos dentro do futebol, um terreno onde ela não encontrou qualquer tipo de resistência para caminhar, uma vez que sempre recebeu todo apoio da família.

Amanda não se destaca apenas no futebol, recentemente, mostrou que pode enveredar pelo Atletismo, modalidade pela qual conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata nos Jerns. 

Mães alegam receio com o preconceito

Escutar a filha pedindo para ser matriculada numa escolinha de futebol, ainda continua não sendo fácil para maioria das mães. Tudo por causa do receio com preconceito que as meninas ainda estão arriscada a sofrer. Foi por isso que Fátima Lúcia da Silva relutou um pouco antes de matricular Natália Donato na escolinha do Cepe. Do pedido até a efetivação do desejo da menina passaram-se alguns meses. Mas ver a satisfação da filha hoje lhe garante forças para lutar contra qualquer coisa.

"Realmente tive esse medo inicial. Mas resolvi fazer o desejo dela, que pode ser apenas uma fase passageira na vida de uma criança. Mas reconheço um certo tipo de preconceito em relação as meninas que jogam futebol. Na escola tem algumas amiguinhas que olham estranho para minha menina, mas tudo bem, o que importa e ver ela feliz", ressalta Fátima.

Michele Lucena não colocou barreiras, mas sabe que o gosto de Malu em jogar futebol pode esbarrar em alguns problemas. Nos colégios ainda não existe time de futebol feminino e isso pode ceifar o sonho da menina. "Estou colocando Malu para experimentar outros tipos de esportes, sei que ela adora futebol, mas lá na frente, por esse tipo de problema, ela poderá ter a oportunidade de trocar de modalidade", afirma.

Embora exista a determinação de realizar um trabalho de incentivo ao futebol feminino no país, no RN os clubes caminham em direção oposta. O América que este ano montou um time de futebol feminino para disputar a Copa do Brasil, desistiu de continua promovendo a modalidade.

"Nós investimos na vinda até de jogadoras da Seleção Brasileira, mas o retorno não foi aquele que nós esperávamos. O público não prestigiou e também tivemos dificuldade até de local para mandarmos os nossos jogos em Natal. Assim optei por acabar com o futebol feminino e destinar o investimento para o futsal masculino", revelou Padang.

Segundo o dirigente o futsal garante retorno do investimento por atrair mais público.

Meninas do RN são campeãs nacionais

O título da Taça Brasil Correios de Futsal Adulto Feminino (1ª Divisão - espécie de Série B se comparado ao Brasileiro de Futebol) conquistado na cidade de Assu/RN pelo time de Carnaubais no último mês de outubro - venceu na final o Fluminense/RJ por 4 x 3 - é uma prova da evolução do futsal feminino no estado do Rio Grande do Norte.

Os Jogos Escolares do RN foi a porta de entrada, que desde o final da década de 1990 vem assistindo um aumento gradual de equipes escritas na modalidade futsal feminino. A Federação Norte-rio-grandense de Futsal acompanhou o progresso do futsal entre elas e investiu, principalmente, no interior. Cidades como Carnaubais aproveitaram a chance.

"O futsal feminino evoluiu muito nos últimos anos e a Federação não fez mais do que sua obrigação ao dar apoio a este crescimento. Investimos nas competições estaduais e hoje temos campeonatos norte-rio-grandenses muito forte no feminino, não só no adulto como também na base, a partir do Sub13", comentou Clóvis Gomes, presidente da FNFS.

Para a próxima temporada, com o futsal feminino potiguar na Divisão Especial (Série A) da Taça Brasil Correios, graças ao título nacional de Carnaubais, a tendência é que as meninas conquistem cada vez mais espaço não só como jogadoras e técnicas, mas como árbitras.

 Tem sido expressiva a procura de mulheres para fazer cursos de arbitragem na FNFS, segundo informou Carmésio Cabral e Charles Eliont, diretor e secretário da FNFS, respectivamente. Elas estão ivadindo mais essa área, que antes eram restritas as pessoas do sexo masculino e abrindo mais um campo de disputa.fonte:Tribuna do norte/camocim belo mar blog

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