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sábado, 23 de fevereiro de 2013

CARDEAL BRITÂNICO DIZ QUE PADRES DEVERIAM PODER CASAR E TER FILHOS.



'Regra não é de origem divina', afirmou cardeal Keith O'Brien à BBC.
Ele é o mais importante na hierarquia da Igreja Católica britânica.

Os padres católicos devem poder casar e ter filhos, afirmou na sexta-feira (22) o cardeal Keith O'Brien, o mais importante na hierarquia da Igreja Católica britânica, em entrevista à BBC.
A regra da Igreja que impõe o celibato dos sacerdotes "não é de origem divina" e deve ser modificada, disse o monsenhor O'Brien, 74 anos, que deve participar no conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI. "Jesus não disse nada sobre o celibato do clero e o eventual casamento dos sacerdotes", insistiu O'Brien.
O cardeal britânico disse ainda que não sabe em quem votará para suceder Bento XVI, que em 28 de fevereiro deixará a função de Papa, mas destacou que deve ser alguém mais jovem e, talvez, procedente de um país em desenvolvimento.

Lobby gay
Na manhã deste sábado (23), o porta-voz do Vaticano rebateu "a desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na cúpula da Santa Sé e a existência do "lobby gay" publicadas na imprensa.
"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e desorientação, após o anúncio de que o Papa Bento XVI abandonará seu cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou Federico Lombardi, em uma entrevista a Rádio Vaticano.
"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações espirituais da existência", completou.
Porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, rebateu acusações (Foto: Tiziana Fabi/AFP)Porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, rebateu acusações (Foto: Tiziana Fabi/AFP)
Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano, publicadas esta semana pela imprensa italiana, ofusca o conclave para a eleição de um novo Papa.
As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis.
No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Bento XVI recebeu neste sábado (23) o presidente da Itália, Giorgio Napolitani (Foto: L'Osservatore Romano/AFP)Bento XVI recebeu neste sábado (23) o presidente da Itália, Giorgio Napolitani (Foto: L'Osservatore Romano/AFP)
Renúncia
Bento XVI surpreendeu a Igreja e o mundo ao anunciar, em 11 de fevereiro, que iria deixar o cargo no fim do mês, por conta de sua saúde frágil.
Ele se retirou com a Cúria para "exercícios espirituais" da Quaresma: um "oásis" para ele, depois dos dias tumultuados seguidos ao anúncio de sua renúncia, explicou Ravasi, que dirige estas meditações.
Na capela "Redemptoris Mater", 17 sessões de reflexões do cardeal italiano Gianfranco Ravasi ocuparam este tempo dedicado tradicionalmente à oração e exame de consciência neste período de preparação para a Páscoa, em 31 de março.
Conclave
Na última quarta-feira (20), o Vaticano informou que as regras atuais do Conclave -- encontro em que os cardeais, secretamente, escolhem o novo Papa -- passarão por modificações. Com isso, a escolha do sucessor de Bento XVI poderá ser antecipada. A reunião de cardeais, estava prevista inicialmente para depois de 15 de março.
O Conclave, segundo a atual Constituição Apostólica, deve começar "entre um mínimo de 15 dias e um máximo de 20" desde que se decrete a chamada "Sé Vacante", fixada para o próximo 28 de fevereiro às 20h (16h de Brasília), o momento que Bento XVI escolheu para abandonar o Trono de Pedro.
Cardeais de todo o mundo já começaram consultas informais por telefone e e-mail para a construção de um perfil do homem que eles acham que seria mais adequado para liderar a Igreja em um período de crise contínua.
Cerca de 117 cardeais com menos de 80 anos de idade terão o direito de entrar no conclave, que é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.

*Com informações da France Presse/camocim belo mar blo
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