Alimentação fora de casa subiu 10,07% ante uma inflação geral de 5,84%.
Gasolina saiu de queda de 0,41% em 2012 para alta de 6,53% em 2013.
Comer em restaurantes e lanchonetes e abastecer o carro, necessidades básicas de quem trabalha fora de casa, foram os vilões de inflação de 2013 e puxaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 5,91%, mais do que os 5,84% de 2012, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de o índice ter avançado em 2013, ainda ficou dentro do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%.
A gasolina, que saiu de uma queda de 0,41% em 2012, pulou para 6,53% em 2013 - o último reajuste, de 4%, foi em 30 de novembro.
Alimentação pesa 34% no IPCA
O grupo de alimentos e bebidas em 2013 somou uma variação de 2,27%, resultando num impacto de 2,03 pontos percentuais na formação do índice, o maior de todos os grupos pesquisados. Os alimentos representaram 34% no IPCA de 2013. Dentro do grupo, pesou mais a alimentação fora de casa: alta de 10,07%, enquanto que a alimentação em domicílio apresentou uma variação de 7,64% em 2013.
O grupo de alimentos e bebidas em 2013 somou uma variação de 2,27%, resultando num impacto de 2,03 pontos percentuais na formação do índice, o maior de todos os grupos pesquisados. Os alimentos representaram 34% no IPCA de 2013. Dentro do grupo, pesou mais a alimentação fora de casa: alta de 10,07%, enquanto que a alimentação em domicílio apresentou uma variação de 7,64% em 2013.
“A refeição fora de casa tem ficado mais cara. Além dos custos, existe a demanda alta. Com a mulher no mercado de trabalho e o desemprego baixo, mais pessoas comem na rua”, afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE.
Segundo ela, os donos de restaurantes afirmam que, além dos custos com os alimentos, que vêm subindo sistematicamente, existem as despesas de aluguel, mão de obra e eletricidade, que chegam a somar mais de 70% de suas despesas gerais.
Em dez anos, a alimentação em casa aumentou 78,70%, e, fora de casa, 133,71%. Já o grupo de alimentação e bebidas, em dez anos, teve alta de 92,02%.
A safra recorde de 2013, anunciada pelo IBGE na quinta-feira (9), de 188,2 toneladas, 16,2% maior que a de 2012, não foi suficiente para conter o preço dos alimentos. Isso porque, segundo Eulina, a safra expressiva é concentrada em soja, milho e arroz. Commodities agrícolas não só são exportadas como têm preços cotados em dólar. E demais alimentos sofreram com problemas de clima.
“Apesar da maior quantidade, os alimentos vêm subindo de forma sistemática, pois vêm sofrendo alterações por conta do clima. No momento, por exemplo, estamos com chuva no Espírito Santo e em outras regiões. Em 2013, a forte seca nos Estados Unidos prejudicou as lavouras, e a seca na Argentina afetou o trigo. O clima tem mudado e isso tem afetado a produção agrícola. E com a globalização, se algum problema acontece em algum país, as commodities seguem o comportamento do preço. Os alimentos aumentaram no Brasil e no mundo todo. E a demanda vem crescendo”, disse a coordenadora.
Principais altas entre os alimentos
Em 2013, as principais altas nos alimentos foram nas frutas, no leite e no pão francês, todos com impacto de 0,16 ponto percentual na formação do índice. A carne impactou com 0,11 ponto percentual.
Em 2013, as principais altas nos alimentos foram nas frutas, no leite e no pão francês, todos com impacto de 0,16 ponto percentual na formação do índice. A carne impactou com 0,11 ponto percentual.
Os problemas de clima afetaram a produção de frutas. Já o leite subiu por conta da variação cambial, que afeta não apenas a cotação do produto no mercado internacional como os preços dos insumos para a ração do gado leiteiro. O pão francês sofre com a falta de trigo brasileiro e o encarecimento do produto importado dos Estados Unidos e da Argentina, países que tiveram problemas na safra por causa do clima. A carne vem aumentando de preço seguindo a alta demanda para as exportações, explicou a coordenadora.
A alta dos alimentos poderia ser até maior, mas foi contida pela desoneração da cesta básica e pelas boas safras de soja e café, lembrou Eulina.
O que também acelerou os alimentos foi o preço dos combustíveis, que da queda de 0,72% em 2012, subiu para 6,12% em 2013. Mais um custo alto repassado para o preço final dos alimentos, já que o transporte dessa carga é basicamente feito por caminhões.
Outros itens que aceleraram a inflação foram o aluguel residencial, que continua em alta, e o salário das empregadas domésticas, que continua subindo devido à falta de mão de obra.
Segundo Eulina, a desoneração do governo na energia elétrica e o não aumento da passagem dos ônibus urbanos foram fundamentais para conter a taxa de inflação em 2013.
“O transporte público conteve a inflação. Como consequência das manifestações de rua do meio do ano, algumas tarifas foram reduzidas e outros aumentos nem aconteceram. E se os alimentos não tivessem subido tanto, a inflação teria sido mais baixa”, completou.
Segundo Eulina, a energia teve queda de 15,66% em 2013, a maior desde o Plano Real – em 2007 houve uma redução na tarifa de 6,16%, lembrou ela.
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