Confusão começou após vítima derrubar bebida acidentalmente em cliente.
Grupo bateu em cabeleireiro na rua com placa de trânsito, diz testemunha.
Um cabeleireiro de 26 anos alega ter perdido a visão do olho esquerdo e sofrido diversas fraturas pelo corpo após ser agredido por pelo menos 20 pessoas dentro de uma casa noturna no Centro de Ribeirão Preto (SP). A confusão teria começado depois que a vítima, Vitor Augusto Gomes, derrubou bebida acidentalmente em um travesti, que também estava na balada. O caso ocorreu durante uma festa na madrugada de 7 de setembro e está sendo investigado pela Polícia Civil.
Procurado pelo G1, o gerente da casa Alternativo Fever Club, Vicente César, não se manifestou sobre o caso até a publicação desta reportagem.
A vítima relembra que estava dançando na pista acompanhado de um amigo, por volta de 4h, quando esbarrou e derramou cerveja no ombro de um travesti. “Eu pedi desculpa, passei a mão, mas ela não aceitou. Juntou um grupinho de marginais amigos dela e a briga começou”, conta o cabeleireiro, destacando que já havia informado o gerente da boate de que os jovens aparentavam estar alcoolizados e drogados. “Eu tinha avisado que elas queriam causar confusão, era nítido. Mas ele negou e disse que elas não iam fazer nada.”
O cabeleireiro Anderson da Silva Batista, amigo de Gomes, afirma que tentou pedir ajuda aos seguranças do local, mas nenhum deles interviu no tumulto. Somente minutos após o início da briga, todos os envolvidos foram colocados para fora da casa noturna. Na rua, segundo Batista, a agressão foi mais violenta. “Juntaram muita gente em cima dele, arrancaram uma placa de trânsito para bater nele, jogaram pedra, pedaços de pau. Eu e outras pessoas que tentavam ajudar também apanhamos”, diz.
A briga só terminou quando a vítima desmaiou e foi socorrida pelos amigos. O cabeleireiro foi levado a uma unidade de saúde, onde recebeu atendimento. Ele sofreu escoriações nas costas, pernas e braços, fraturou ossos do rosto e perdeu a visão do olho esquerdo. “Por causa da pancada, não vou enxergar mais. O médico disse que, no máximo, eu vou voltar a enxergar uma sombra, um vulto. Ainda está sendo muito doloroso para mim.”
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, mas nenhum dos envolvidos ainda foi chamado para prestar depoimento porque o boletim de ocorrência só foi registrado pela vítima na última quinta-feira (11).
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