SERINGAS E RESTOS DE TECIDO HUMANO oferecem risco de contaminação à população
O lixão da cidade de São João do Piauí fica a pouco mais de 5 quilômetros do centro da cidade. Lá, algumas famílias que vivem da coleta de lixo para a reciclagem, estão com medo de trabalhar devido a ação de hospitais da cidade, que vem despejando lixo hospitalar de maneira inapropriada. A denuncia encaminhada ao portal local jenipapo.com dá conta de que a própria prefeitura estaria despejando o material, que pode causar riscos à saúde da população.
Fotos retiradas próxima ao lixão, em uma estrada que dá acesso ao local, mostram uma grande quantidade de ampolas de medicamentos, cápsulas de remédios, seringas com agulhas, bolsas de soro, faixas que são utilizadas em curativos com restos de sangue e tecido morto de pacientes.
Além de riscos à população, a prática pode ser caracterizada como crime ambiental, pelo risco de contaminação do solo. Aproximadamente 10 famílias moram próximo ao lixão, inclusive crianças que também passam pelo local a pé ou de bicicleta para ir à escola ou ao centro da cidade, e precisam desviar das agulhas de seringas.
Outro problema enfrentado pelos moradores é a fumaça ocasionada pela queima deste lixo hospitalar que é altamente tóxica, jogando ao ar gases poluentes, que fazem muito mau a saúde humana e também de animais.
Dona Maria Iracema da Conceição, 45 anos, é catadora de lixo e não é assistida por nenhum programa social, nem mesmo pelo poder público municipal. Ela tira do lixo a renda para sustentar sua casa. Seu filho, casado, também é catador de lixo e sustenta a família com o que consegue do lixo. Maria disputa restos de comida com cachorros, urubus, bodes e garças. Ela não usa botas, luvas, nem mascara de proteção.
O lixo espalhado pela estrada é um problema para quem precisa trafegar de carro pelo trecho, como é o caso do senhor Pernambuco, que já teve vários pneus de seu veiculo cortados por pedaços de ossos e ferro velho. “É desrespeitoso, o prejuízo para nos que moramos aqui é incalculável, já perdi pneus, vizinhos também já tiveram prejuízos, o fogo que colocam no lixo adoece as pessoas, isso é um falta de respeito com o cidadão, por aqui moram diversas famílias que clamam por providencias da Prefeitura”, lamenta Pernambuco.
O lixo hospitalar deve ser devidamente separado nos hospitais, clínicas e laboratórios, recolhido e destinado para incineração que é de responsabilidade municipal.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), muitas cidades não dão a devida importância a este tipo de problema, não se importando com as consequências. É o que acontece em São João do Piauí, onde estes cuidados não são tomados e o lixo é jogado de qualquer maneira.
Fonte: Com informações de Portal Jenipapo
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