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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

PARNAÍBA-PI NA BALAIADA.

Estátua de Manuel Francisco dos Anjos, o "Balaio"
na cidade de Caxias - MA

Os anos que se sucederam à Independência do Brasil foram coroados de tumultos e revoltas pela insatisfação da população com relação aos governantes. O governo exercia forte pressão e vigilância na população, provocando insurreições que logo eclodiam em lutas sangrentas.

A Balaiada recebeu esse nome porque o artesão, confeccionador de balaios, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, mais conhecido como "Balaio", iniciou o movimento, liderando os seus conterrâneos maranhenses. O movimento revoltoso cresceu e avançou através das províncias, recebendo no Piauí a adesão do líder vaqueiro Raimundo Gomes, vulgo“Cara-Preta”, que ajudou a difundir o movimento pelas províncias do Ceara e Bahia.

Major José Francisco de Miranda Ozório
Em 1839, os balaios instalaram-se na fazenda Várzea, distante um légua do território da Vila da Parnaíba, sob o comando de Raimundo Gomes. As forças militares da Parnaíba marcharam para combater os rebeldes na barra do Rio Longá, comandadas por José Francisco de Miranda Ozório, derrotando-os.

No povoado Frecheiras, então pertencente a Parnaíba, os balaios rebelaram-se e tentaram invadir Piracuruca, travando-se um combate sangrento na localidade Bebedouro, onde os revoltosos foram derrotados e remetidos para Piracuruca.

O piauiense Lívio Lopes Castelo Brancoseguiu para Caxias, no Maranhão, a frente de seiscentos homens para se juntar aos cinco mil balaios que sitiavam aquela vila.

Manuel de Sousa Martins, o Barão da Parnaíba, organizou tropas para reprimir o movimento e impedir a sua expansão. Para ampliar o contingente convocou os homens da população à força, provocando ainda mais os ânimos da sociedade civil. Muitos fugiram para escapar dessa convocação, mas os que foram capturados foram enviados à revelia para servir [nas] tropas imperiais no Rio de Janeiro.

Com a proporção que tomava a Balaiada, os governos provinciais mobiliaram de forma mais intensa a repressão porque poderia ficar fora de controle. Para isso foi nomeado o comandante em chefe das forças provinciais José Feliciano de Moraes Cid, que veio substituir o comandante Manoel Clementino de Sousa Martins, que morrera em combate no arraial do Baixão, hoje Caxias, no Maranhão.

As forças provinciais de Moraes Cid atacaram e derrotaram mais de dois mil revoltosos balaios, comandados por João da Mata Castelo Branco e Raimundo Gomes, nas matas de Curimatá, hoje José de Freitas, e Egito, hoje Miguel Alves.

O fim da Balaiada ocorreu no segundo império, quando o então marquês Luís Alves de Lima e Silva veio nomeado para debelar o movimento no comando geral das armas do Maranhão. Depois de sufocar os ânimos dos revoltosos, prendeu cerca de dois mil homens e pela bravura foi condecorado com o título de Barão de Caxias e ascendeu ao posto de general.

Pouco tempo depois do fim da Balaiada, em 1841, os presos políticos receberam anistia do governo provincial e tudo voltou à normalidade.

Fonte: RIBEIRO, A. R. “Parnaíba Presente do Passado”. Parnaíba: Ferraz, 2003. p.82-83
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