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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

TURISMO RELIGIOSO AQUECE A ECONOMIA EM CANINDÉ-CE.


CANINDÉ
fonte:diário regional/cbm

Somente na cidade de Canindé existem 821 fábricas de imagem de santos espalhadas nos fundos de quintais

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Uma pesquisa feita na romaria de Canindé em 2014, pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, aponta que o turista religioso gasta, em média, R$ 100,00 na aquisição de produtos e contratação de serviços
FOTO: ANTONIO CARLOS ALVES
Canindé Um segmento do turismo que cada vez mais ganha força nesta Cidade é o religioso. O turista peregrino tem sua força e começa a ser observado de outra forma pelas autoridades e lideranças empresariais. Seu caminho ganha status de nicho de mercado e torna-se mote de projetos e investimentos.
Canindé é o exemplo de uma das celebrações religiosas mais importantes do País e do mundo católico. Esse gênero de turismo é mais forte no Nordeste, onde se destaca como o segundo tipo de pacote mais comercializado pelas operadoras, perdendo apenas para as regiões praianas. No Ceará, os destaques são os festejos de São Francisco das Chagas, nesta Cidade, e do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.
O pároco e reitor do Santuário de Canindé, Frei João Amilton dos Santos diz que "somos peregrinos por natureza. Descendemos, na fé, de um povo que era essencialmente peregrino, fazendo questão de visitar periodicamente o Templo de Jerusalém. Já nos primeiros séculos da era cristã, era comum o desejo de ir aos lugares santos, para percorrer os passos de Jesus, de ir para Roma, cidade marcada pelo sangue de inúmeros mártires. Sabemos que não temos nesta terra um lugar permanente. Estamos a caminho de Jerusalém celeste", conta frei Amilton.

"As peregrinações respondem a essa consciência do provisório. Muitos lugares são marcados por fortes experiências de fé. Ao visitá-los, o peregrino faz sua experiência pessoal, daquilo que conhece e contempla".
O religioso relata que, "ao terminar uma peregrinação, nasce espontaneamente em seu coração a pergunta: 'quando voltarei aqui?' Não cabe às entidades turísticas governamentais ou comerciais entrar nas questões da fé; Cabe-lhes, sim, criar as melhores condições possíveis para que os peregrinos sejam bem acolhidos e para que, desse hábito de peregrinar, muitos sejam economicamente beneficiados".
Pesquisa
Canindé, considerado, um dos maiores centros da fé no Ceará e no Nordeste, tem se destacado pelo grande número de lojas no setor. Uma pesquisa feita na romaria de 2014, pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, aponta que o turista religioso gasta, em média, R$ 100 com produtos religiosos, como fitas, terços, imagens de vidro, estatuetas de São Francisco, camisetas, bonés, escapulários, CDs, DVDs, velas, livros de novenas, fogos, chaveiros, telhas com desenhos de santos, copos, dentre outros artigos. O setor movimenta praticamente todas as áreas produtivas canindeenses estimulando o emprego. A pesquisa aponta também que, só a fabricação de produtos religiosos, aumenta em 30% o mercado informal.
Existem 821 fábricas de santos espalhadas em fundos de quintais. Todas elas fabricam imagens diversas que são comercializadas no Ceará, Bahia, Belém do Pará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e Piauí.
"Estamos expandindo nossos negócios. Graças a Deus, o turismo religioso ainda é a grande mercadoria de nossa região. Tudo em Canindé gira em torno das venda de artigos religiosos. Aqui é o maior centro de devoção a São Francisco. Temos clientes o ano inteiro", comemora o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas local (CDL) Paulo Magalhães Filho.
A pesquisa feita mostra também as principais características do mercado local, indicando negócios que poderão ser implantados na Cidade. Um fato que chama atenção é a procedência de artigos religiosos: Canindé, (57,89%): Fortaleza (13,75%) e São Paulo (9,45%).
Para o secretário de Turismo, João Carlos, a fonte de abastecimento significa a cidade de origem da compra dos artigos. "Hoje, o Município responde por maior preferência de fornecedores, mas também há outros centros fornecedores de artigos", revela. No questionário, os comerciantes de Canindé apontam os fatores preço (89,12%) e qualidade (100%), como decisivos na hora da compra. Dos comerciantes entrevistados, 96,54% afirmaram que negociam e compram produtos fabricados no Município. Anualmente, são vendidos 249.740 dúzias de fogos, vindos de Minas Gerais, gerando R$ 902.980 mil.
Na segunda colocação, aparecem fitas religiosas, vindas da Bahia, onde 8.048.200 unidades são vendidas para romeiros e turistas, garantindo aos comerciantes R$ 100.141,00 ao ano.
Terços
As mercadorias fabricadas na terra de São Francisco são terços de pérola, rendendo para o comércio R$ 16.384,00; bonés, que deixam uma renda de R$ 9.800. Já os terços de louça atingem valores de até R$ 7.880,00.As vendas maiores acontecem durante os festejos alusivos a São Francisco, de 24/09 a 04/10.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Secretaria de Turismo do Estado, a Prefeitura de Canindé e Câmara dos Dirigentes Lojistas fortalecem o setor capacitando profissionais para abertura de novas lojas e fábricas que produzem artigos com preço e qualidade. O prefeito Celso Crisóstomo fala que existe projetos voltados para a qualificação profissional de novos comerciantes que aproveitam a própria residência na fabricação dos seus produtos.
Antonio Carlos Alves
Colaborador
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