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domingo, 24 de junho de 2012

'VIÚVAS DA SECA' ESPERAM RETORNO DE MARIDOS NO SERTÃO DO CEARÁ.



70% da produção no Sertão Central do estado foi totalmente perdida.
Para sustentar as famílias, agricultores migram para outros estados do país.

Nas lavouras do Sertão Central do Ceará, encontram-se apenas mulheres e crianças. A seca na região fez com os homens buscassem alternativas para sustentar as famílias, entre elas, seguir para trabalhar nos canaviais de São Paulo, ou nos cafezais de Minas Gerais. De lá, mandam dinheiro para as esposas que agora são conhecidas como as “viúvas da seca”.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará, 70% da produção no Sertão Central do estado foi totalmente perdida. Ainda de acordo com a secretaria, as perdas na região têm sido frequentes, por este motivo, a migração para o sudeste do país é um fenômeno que já acontece há cerca de 10 anos. Somente na comunidade de Mato Grosso, no município de Itatira, quatro ônibus lotados seguiram para o oeste paulista neste ano, maior região produtora de cana de açúcar do país.
“Eles se alistam, fazem os exames de saúde e vão. E esse pessoal que faz a lista transportam [os trabalhadores] nos ônibus”, explicou o gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce). O marido de Ivanilda Pereira está entre os homens que seguiram para São Paulo. “Foi já muitas pessoas daqui [e ficam o ano inteiro]”, diz a “viúva da seca”. Ivanilda espera que o marido possa volta em novembro e passar um pouco mais de tempo com a família. Esta é a sexta vez que o agricultor realiza a viagem, em dez anos de casamento.
Situação semelhante vive a irmã mais nova de Ivanilda, Nilmara Pereira. Para ela, que tem uma filha de apenas 10 meses, a falta do marido é maior. Ele partiu em busca de trabalho há apenas um mês e já mandou R$ 300,00, um dinheiro que Nilmara afirma ser difícil conseguir. “Ele disse que lá ruim, é longe, ele está dentro dos matos”, explicou ela.
Enquanto as mulheres esperam, os homens que ficaram mantém a fé no sertão. Desde criança, José Matos, de 66 anos, convive com a seca. O pouco que colheu neste ano vai guardar para plantar no ano que vem. “Esse ano foi fraco demais, sementes poucas. Os meninos tão passando fome, mas gente vai com fé”, disse Matos.fonte:G1 CE/camocim belo mar blog

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