Animal selvagem é difícil de ser visto de perto e cercado de mistérios.
Em região sem caçadores, ela se acostumou com a presença das pessoas.
Nessa época de seca toda a fauna do Pantanal se concentra nas margens e alagados do rio Cuiabá. A onça se aproxima da água para caçar e pode ser vista bem de perto.
A onça pintada foi extinta nos Estados Unidos. Hoje vive no México, na América Central e em quase toda a América do Sul. Mas é em uma pequena parte do pantanal brasileiro, no encontro do rio Piquiri com o Cuiabá - divisa do estado de Mato Grosso, com o Mato Grosso do Sul - que se pode vê-la com maior facilidade.
No pantanal do Porto Jofre existem várias pousadas que oferecem guias e barcos para o passeio. O lugar é frequentado principalmente por turistas estrangeiros que pagam diárias de até R$ 1.000. Quem quiser ficar mais perto da onça pode se hospedar no hotel flutuante ancorado no rio Cuiabá, com guias que falam inglês e outros idiomas. Um grupo veio da costa leste dos Estados Unidos para fotografar o jaguar - nome que eles dão a onça.
Um dos pontos mais frequentados pelas pintadas é o Parque Estadual Encontro das Águas, criado pelo governo de Mato Grosso. A reserva tem 108 mil hectares e se pode ver a exuberância do Pantanal bem de perto. Essa região ainda tem mais de 50% de sua biodiversidade preservada.
A mansidão dos bichos deixou boquiaberta uma equipe de jornalistas da BBC - famosa rede britânica de TV. Adan White diz que já fez documentários na África e na Austrália e nunca viu nada igual ao Pantanal. “Eu acho que os bichos daqui não se assustam com a gente porque não são ameaçados por caçadores”, diz ele.
Foi exatamente isso que aconteceu com as onças dessa região do Pantanal. O lugar é frequentado apenas por pescadores que em geral não incomodam os bichos. Por isso elas não se sentem ameaçadas e não se incomodam com o barulho dos motores e com a presença de gente na água.
Alguns pescadores perderam o medo e passaram a brincar com elas, como se pode ver no vídeo onde eles aparecem jogando peixes para a onça. Mas é muito perigoso se aproximar de animais selvagens.
Para prevenir acidentes, cientistas reunidos pelo Conselho do Meio Ambiente de Mato Grosso editaram uma resolução que regulamenta o avistamento de onças no Pantanal. Recomenda-se que seja feito de barco com permanência de no máximo 20 minutos, numa distância nunca inferior a dez metros. É expressamente proibido alimentar as onças para facilitar a aproximação do bicho.
A estratégia dos guias para encontrá-las mais depressa é espalhar os barcos em distâncias curtas. Todos são dotados de rádio. O primeiro que avistar a onça avisa os demais.
As pintadas do Pantanal são as maiores já encontradas nas Américas. Um macho adulto pode medir até três metros de comprimento e pesar 150 kg. Os machos são animais solitários. Só seguem a fêmea quanto ela está no cio.
Ao todo sete onças dessa região estão sendo monitoradas por biólogos. Elas usam uma coleira com GPS e são monitoradas a todo instante em uma base de pesquisa. O biólogo Fernando Tortato diz que o GPS substitui o rádio que antes era colocado no pescoço dos animais e transmitia apenas sinais sonoros em VHF a curta distância. Hoje com o GPS eles já conseguiram mapear a densidade de onças dessa região e dispõe de várias informações sobre elas.
O cio da onça pintada pode durar de duas a três semanas. Depois que o macho sente o cheiro dela, eles cruzam várias vezes por dia. A gestação da onça pintada dura cerca de 100 dias e ela tem no máximo três filhotes.
Em todos os lugares onde vive, a pintada desempenha um importante papel no controle das espécies que fazem parte de seu cardápio. Se o ambiente está em equilíbrio, como é o caso desta região, ela não ataca o homem e nem os animais domesticados por ele.fonte:G1 MT/camocim belo mar blog
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