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sábado, 31 de agosto de 2013

DIA DE PARALISAÇÕES TERMINA COM VANDALISMO E OITO PESSOAS PRESAS.


seOs te terminais da Capital foram paralisados. No Siqueira, houve tumulto e quebra-quebra
O Dia Nacional de Paralisações, realizado ontem em todo o Brasil, terminou em vandalismo em Fortaleza. Todos os sete terminais de ônibus da Capital foram paralisados pela manhã. No Siqueira, houve tumulto, e, segundo a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), 27 veículos foram depredados e 22 lixeiras quebradas, além de vidros, esquadrias e divisórias danificadas. Ao todo, oito pessoas foram presas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará e levadas ao 12º Distrito Policial, no bairro Conjunto Ceará.

No Terminal do Siqueira, 27 veículos foram depredados e 22 lixeiras quebradas, além de vidros, esquadrias e divisórias danificadas. Nos outros terminais, aconteceram protestos e ameaças, mas não foram registrados danos materiais Foto: José LeomarDe acordo com usuários que estiveram no Terminal do Siqueira, logo de manhã, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro-CE) iniciaram a paralisação, o que causou revolta na população. Segundo a balconista Camila de Lima Sousa, 25, o cenário era de guerra. "Houve tiros, gestantes em pânico, e muita gente se aproveitou do momento para a prática de furtos e vandalismo", disse.

Um motorista de ônibus afirmou que, logo às 5h18, quando parou para desembarcar os passageiros, foi o momento em que começaram as ações de paralisação. Ele diz ter visto os integrantes do Sintro cortarem as válvulas de injeção de ar dos pneus dos veículos. "Quando a população viu a situação, se revoltou contra nós, motoristas, pois acreditavam que tínhamos sido os responsáveis. Então, iniciaram o quebra-quebra dentro do terminal", relata.

O comandante do Batalhão de Choque da PM, Major Alexandre Ávila, informou que as ações no Siqueira começaram às 5h30, e que, apesar de todos os terminais terem sido paralisados, apenas nele foi necessária a intervenção do BP Choque, pois houve confronto efetivo entre os PMs e a população. Segundo o major, dois policiais foram lesionados, mas ninguém da população foi ferido. "Não houve registro da entrada em hospitais, e não foi preciso acionar ambulância".

Trabalhadores da construção civil fecharam duas faixas da Av. Engenheiro Santana Júnior, em frente ao Terminal do Papicu Foto: Natinho Rodrigues
Segundo o BP Choque, durante o confronto, a equipe utilizou munição de impacto controlado, as balas de plástico. Conforme o comandante, o confronto durou uma hora e meia, cessando às 8h30.

Ainda segundo o major, das oito pessoas presas, sete foram por vandalismo (depredação de ônibus, lixeira, veículos e estrutura física do terminal) e uma por desacato a autoridade. Ao todo, 50 policiais foram enviados ao Terminal do Siqueira.

Via fechada

Já os trabalhadores da construção civil fecharam, na manhã de ontem, duas faixas da Avenida Engenheiro Santana Júnior, em frente ao Terminal do Papicu. Trabalhadores do transporte alternativo foram hostilizados. Houve tentativa de depredação de dois veículos que tentaram furar o bloqueio. Passageiros pegaram ônibus ainda do lado de fora e 50 coletivos ficaram parados no entorno. Os operários seguiram para o Centro, onde houve caminhada de várias categorias profissionais.

De acordo com a Etufor, só houve danos no Siqueira. Em outros terminais, aconteceram somente paralisações e ameaças aos operadores que estavam fazendo o transbordo externo dos passageiros. Segundo o presidente da Etufor, Rogério Pinheiro, em três terminais, não foi possível fazer esta operação. "No Papicu, Messejana e Siqueira, esta ação foi bem complicada por conta das ameaças", afirma.

Pinheiro informou que o setor jurídico da Etufor já foi comunicado para que possa tomar as medidas cabíveis. Conforme dados da empresa, durante o dia, passam pelo Terminal do Siqueira 160 mil pessoas.

Trânsito

Das 6h às 18h, foram registrados 54 colisões de veículos em Fortaleza, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC). Para amenizar os transtornos, um efetivo de 30 agentes foi disponibilizado para o controle de tráfego no entorno de todos os terminais, exceto o do Conjunto Ceará. Os pontos mais críticos, conforme a Autarquia, se concentraram ao redor dos terminais de Messejana, do Papicu e do Antônio Bezerra.

O controle de tráfego também foi promovido no Centro, desde a chegada dos manifestantes à Praça da Bandeira até o Paço Municipal.

O comércio do Centro também sofreu perdas. De acordo com o Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Francisco Freitas Cordeiro, tudo gera prejuízo para o comércio, seja uma manifestação, um apagão, uma paralisação de ônibus. Apesar disso, até o momento nada foi contabilizado em termos de números.

Veja vídeo de ação no Terminal do Siqueira




Repúdio

Logo no fim da manhã de ontem, o Sindicato das Empresas de Transporte do Ceará (Sindiônibus) lançou uma nota de repúdio direcionada ao Sintro, em relação as ações de ontem nos terminais.

"Isso deixa claro que as razões expostas pela diretoria do Sintro, via de regra superficiais, não objetivas e esdrúxulas, não passam de ´desculpas´ para tentar justificar seus atos incoerentes e com motivos questionáveis". O sindicato patronal também afirmou entrar com ação na Justiça contra o Sintro.

Para o coordenador da Central Sindical e Popular - Conlutas (CSP/Conlutas), José Batista, a avaliação do movimento de ontem foi positiva, em virtude da adesão por parte de diversas categorias trabalhistas. "Foram 60 mil da construção civil, 12 mil motoristas e cobradores, 4 mil professores, além de bancários e servidores do Poder Judiciário".


Sobre as ações de vandalismo no Terminal do Siqueira, ele explica que não foi uma orientação do movimento, e que os atos decorreram da população, insatisfeita com a paralisação.

A reportagem tentou contato com o Sintro, mas, até o fechamento desta edição, não obteve sucesso.

Professores participam de caminhada

Professores das redes municipal e estadual de ensino protestaram, ontem, por melhorias na carreira docente e mais investimentos para a educação pública no Ceará. A manifestação teve início em frente ao prédio da Secretária Municipal de Educação (SME), depois, foi ao encontro de outras mobilizações na Praça da Bandeira, no Centro.

Entre as reivindicações, estava a destinação de 10% do PIB para a educação pública, concursos e mais investimento nas escolas Foto: Helosa Araújo
O movimento foi liderado por membros do Sindicato dos Professores e Servidores em Educação do Estado do Ceará (Apeoc), do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) e outras entidades ligadas à categoria. Gardênia Baima, dirigente do Sindiute, afirma que a paralisação é uma forma de chamar a atenção para as dificuldades que os docentes enfrentam. Dentre elas, estariam o assédio moral nas escolas e as condições precárias de trabalho.

Durante o protesto, os professores levaram placas com a foto do prefeito Roberto Cláudio e a frase "Procura-se". "Estamos à procura da Prefeitura para que se cumpra a Lei do Piso Salarial nas escolas municipais", aponta Gardênia. Outra demanda é a destinação do dinheiro proveniente dos royalties do petróleo para a educação pública.

Nivânia Menezes, representante dos professores na Central Sindical e Popular (CSP Conlutas), afirmou que a categoria rejeita o Plano Nacional de Educação, que determina, dentre outras medidas, o aumento da oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares e do financiamento estudantil, ações que não trariam benefícios à rede de ensino pública. Segundo ela, o ideal seria haver mais concursos e investimentos nas escolas do Município e do Estado.

Caucaia

Na Região Metropolitana de Fortaleza, servidores públicos de 13 municípios se reuniram na cidade de Caucaia em um Ato Regional realizado na Praça da Câmara. Segundo Enedina Soares, presidente da Federação dos Trabalhadores (as) no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), cerca de 300 pessoas, pertencentes às secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social e Segurança, participaram do protesto.

A principal pauta de reivindicação dos servidores foi o fim do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que prevê a contratação de serviços terceirizados para qualquer empresa, inclusive os órgãos do poder público. "Isso é ruim tanto para a garantia de serviço de qualidade para a população, como também para esses trabalhadores que poderão ingressar no serviço público sem garantias de direitos trabalhistas", afirma Enedina.

A mobilização também pedia o fim do fator previdenciário, 10% do orçamento da União para a saúde, transporte público de qualidade para os funcionários residentes em outros municípios, a valorização do aposentado, entre outras medidas. 

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