Relação com a música tem influência familiar, diz criança em Uberaba.
Além da diversão e aprendizado, a infância é o período em que algumas crianças começam a evidenciar talentos e traçar o futuro profissional. As casas de shows são os locais preferidos de Ricardo Augusto Alves Filho, morador de Uberaba. Ricardinho, como é conhecido, tem 11 anos e trocou os brinquedos de criança pela sanfona, instrumento que aprimora apresentando a música sertaneja clássica e atual, acompanhado do pai, que canta e toca violão. Em entrevista ao G1, a dupla interpretou Merceditas, composição de Ramon Sixto Rios, popularizada pela dupla sertaneja Belmonte e Amaraí. Em apresentação solo, o garoto mostra que, apesar de pouca idade, tem muito talento e embalou uma versão para o clássico Brasileirinho, composição de Waldir Azevedo. (Confira no vídeo)
Ricardinho, que faz o 6º ano do ensino fundamental, aprendeu a ter disciplina com os estudos desde cedo. Aos sete anos, foi matriculado no conservatório para fazer musicalização, coral e violão, mas não se interessou e se afastou da música. A convivência do jovem sanfoneiro com o pai e líder de segurança, Ricardo Augusto Alves, estimulou os ouvidos para a música do sertão. A escolha pelo instrumento ocorreu há cerca de um ano e meio, após pesquisa e empatia com o estilo e história de instrumentistas consagrados.
“Tinha um amigo do meu pai que tocava acordeom junto com ele e dizia que o instrumento era uma paixão. Comecei a prestar mais atenção e fui procurando saber um pouco mais sobre a origem do instrumento. Conheci a história de Luís Gonzaga, Gonzaguinha, Dominguinhos, Mário Zan, Renato Borguette, Voninho, Xodozinho, entre outros. Então falei pro meu pai que era esse instrumento que eu queria aprender a tocar”, recordou.
Feita a escolha, o garoto resolveu investir e mostrar o talento nos palcos da cidade, acompanhado do pai que toca violão e canta. O repertório é baseado em clássicos e lançamentos sertanejos. Os professores são Deurípedes e Everton, avô e neto, que uma vez por semana ensinam músicas de várias gerações. A disciplina de músico é reforçada em casa.
“Ensaio em casa com meu pai, mais ou menos duas horas por dia, e as apresentações geralmente são em horários que não atrapalham meu sono, horário escolar e tarefas. Não apresentamos em lugares que requerem mais de duas horas seguidas porque o acordeom é pesado”, afirmou.
Companheiro de palco, o pai não esconde o orgulho de ter um filho trilhando o caminho de uma mesma paixão. Se apresentar junto com Ricardinho entusiasma. “Ele disse que queria tocar comigo nas apresentações e agora que estamos apresentando juntos, está achando muito bom e adorando os elogios e a força que o pessoal dá. Estou muito feliz com essa escolha dele mesmo sabendo que é muito novo, e que muitas mudanças de ideias e caminhos podem acontecer”, destacou o pai.
Carreira musical
Na lista de hobbies, Ricardinho é frequentador assíduo de cinema, jogador de futebol e videogame e adepto da pedalada. Para conciliar a rotina de criança com o compromisso musical e estudantil, ele novamente recorre à disciplina e só tira a sanfona da caixa quando se sente confortável.
Na lista de hobbies, Ricardinho é frequentador assíduo de cinema, jogador de futebol e videogame e adepto da pedalada. Para conciliar a rotina de criança com o compromisso musical e estudantil, ele novamente recorre à disciplina e só tira a sanfona da caixa quando se sente confortável.
“O instrumento me ensina ter responsabilidade, meus pais não me cobram nada em relação a tocar. Se eu quiser tocar e tiver bem, eu vou. Se não, meu pai vai com outro músico. Não apresentamos em lugares que requerem mais de duas horas seguidas porque o acordeom é pesado”, analisou.
Para a vida adulta, ele quer continuar a levar o som da sanfona para as pessoas, e planeja também cursar uma faculdade e trabalhar na construção civil. “O sonho de ser um músico existe, quero um dia estar entre os melhores sanfoneiros do Brasil, mas estou estudando também e querendo ser engenheiro civil. Não devemos parar de estudar nunca”, concluiu.
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