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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

POLÍCIA FEDERAL INSTAURA INQUÉRITO PARA APURAR ACIDENTE EM NAVIO, NO ESPIRITO SANTO.


Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado.
Dois dias após acidente, quatro pessoas continuam desaparecidas.

Do G1 ES
Navio-plataforma onde ocorreu explosão que deixou cinco mortos (Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)Navio-plataforma onde ocorreu explosão que deixou cinco mortos (Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para apurar os fatos que envolvem a explosão no navio-plataforma Cidade São Mateus, no litoral do Espírito Santo. Conforme divulgado pela PF nesta sexta-feira (13), o prazo inicial para a conclusão do inquérito é de 30 dias. Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado. Dois dias após o acidente, quatro pessoas continuam desaparecidas.
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado pela Petrobras. Uma explosão, na quarta-feira (11), na casa de bombas do navio deixou cinco mortos e 26 feridos. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam no navio-plataforma no momento do acidente. Dos feridos, cinco continuam internados no Vitória Apart Hospital e um no Hospital Metropolitano, ambos na Serra, Grande Vitória, de acordo com o boletim divulgado na tarde desta sexta-feira. Os demais trabalhadores foram resgatados e levados para um hotel em Vitória.
Segundo a Polícia Federal, inicialmente, foi solicitado à Petrobras o nome e a qualificação de todos os 74 tripulantes da embarcação, indicando os que foram vítimas da explosão. Enquanto o inquérito não for concluído, a PF informou que não vai dar mais informações sobre o assunto para não atrapalhar ou prejudicar eventuais levantamentos e perícias.

A assessoria da Polícia Federal também informou que uma equipe fará uma inspeção no navio-plataforma assim que as buscas terminarem e a embarcação for liberada.
Mortos
Os corpos dos cinco funcionários que morreram durante a explosão do navio-plataforma chegaram a Vitória na noite desta quinta-feira (12), segundo a Infraero e a BW Offshore. Eles foram transportados por um helicóptero cargueiro e seguiram para o DML da capital. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que até às 12h desta sexta-feira (13) dois corpos haviam sido identificados, mas ainda aguardavam laudo do DML.
A BW Offshore ainda não divulgou os nomes das vítimas, mas informou que quatro são brasileiros e um é indiano.
Feridos
O Vitória Apart Hospital, na Serra, recebeu 12 feridos.  Desses, cinco ainda permanecem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com o boletim de saúde divulgado na tarde desta sexta-feira.
Dos cinco internados, apenas dois continuam na UTI, em estado grave, mas estável. Três pacientes apresentaram melhora significativa e foram transferidos para apartamentos.
Outros dois feridos foram encaminhados para o Hospital Metropolitano, na Serra. A assessoria da BW Offshore informou que um deles recebeu alta na manhã desta quinta-feira. Já o segundo paciente continuava internado no hospital até às 10h desta sexta-feira.
Interdição
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) interditou o navio-plataforma Cidade de São Mateus. A ANP informou ainda que já enviou o auto de interdição à Petrobras, que também foi notificada a apresentar documentos para serem analisados durante a investigação. Apesar disso, as buscas pelos desaparecidos continuam.
Petroleiros fizeram um minuto de silêncio (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Petroleiros fizeram um minuto de silêncio
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Protesto
Petroleiros fizeram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira (13), para pedir por mais segurança no trabalho nas plataformas e refinarias. Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a média é de 15 mortes por ano, nesse setor. No Espírito Santo, a manifestação foi realizada antes do embarque para as plataformas, no Aeroporto de Vitória.
Os manifestantes são trabalhadores da plataforma P58, que fica no Campo de Jubarte, em Anchieta, e também os da plataforma Cidade de Vitória, a mais próxima da plataforma Cidade de São Mateus, onde aconteceu a explosão. Durante uma hora e meia, participaram de um ato pedindo segurança.
“A gente escolheu o aeroporto porque e o portão de embarque para os plataformistas da Petrobras. Como aconteceu esse acidente aí, em que tem pelo menos cinco vítimas, nós fizemos esse ato para alertar e conscientizar que se alguém tiver uma situação dentro das instalações da plataforma de segurança, é para avisar para o Sindicato, que ele vai tomar as providências cabíveis”, disse Paulo Rony, coordenador do Sindicato dos Petroleiros.
   
ANP
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou o navio-plataforma nesta sexta-feira e informou que já enviou o auto de interdição à Petrobras, que também foi notificada a apresentar documentos para serem analisados durante a investigação.
A ANP também informou que já foi realizada uma inspeção estrutural na plataforma. A parcela submersa do casco encontra-se íntegra e não há risco de afundar.
   
De acordo com a Agência, a Petrobras é a responsável por responder pelo acidente no navio-plataforma. Por meio da assessoria de imprensa, a ANP disse que seu relacionamento é com a concessionária, sendo que a responsável pela área é a Petrobras, independente de terceirização. O procedimento é abrir um processo administrativo para investigar a causa do acidente e, se ao final dele houver determinação de multa, ela será aplicada à Petrobras.
No dia 4 de fevereiro, dias antes do acidente, a Agência decidiu, após reunião de diretoria, que a Petrobras deveria apresentar estudos para redução da capacidade ociosa do navio-plataforma até janeiro de 2016. Dessa forma, aumentaria a produção.
   
De acordo com a ANP, essa é uma condição para que seja aprovado o Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte (um documento preparado pela concessionária, no caso a Petrobras, e entregue à ANP, contendo o programa de trabalho e respectivo investimento na área da concessão). O G1 procurou a Petrobras e aguarda retorno.

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