
O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo. A mandioca, por exemplo, é usada na culinária, na produção de remédios e na indústria
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A prevalência de alergias tem crescido juntamente com a identificação de novos alérgenos, afirma a diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai - regional Ceará), Dra. Fabiane Pomiecinski. Para tanto, o Grupo de Estudos de Novos Alérgenos Regionais (Genar) tem intensificado as investigações em torno de novos alérgenos no Estado, a exemplo da alergia ao pólen do caju e da flor de jambo, assim como da tropomiosina, principal alérgeno dos crustáceos.
O Genar reúne pesquisadores da Asbai, do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC/FMUSP) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Caju e jambo
No caso do pólen do caju, explica, a escolha partiu de uma queixa comum dos pacientes com rinite, asma e conjuntivite alérgica que percebem uma piora nos sintomas nos meses de floração do cajueiro (de setembro a outubro o cajueiro se prepara para a safra que acontece nos três meses seguintes).
"Sabemos que o pólen do caju é pesado e que não é capaz de viajar longas distâncias, uma vez que sua polinização ocorre mais por meio dos insetos do que pelo vento. Porém, em Fortaleza, estamos em contato frequente e próximo com cajueiros", destaca a especialista em alergia e imunologia. Os estudos ainda estão em fase inicial, sendo uma das dificuldades encontradas o fato de os pacientes também serem alérgicos a ácaros da poeira.
Durante a Conferência Científica Internacional da WAO (World Allergy Organization), realizada no início deste mês, foi apresentado um estudo realizado pelos alunos do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor), no qual, por meio de um questionário eletrônico, 33% dos entrevistados perceberam piora dos sintomas de rinite ou asma no segundo semestre do ano. Dra. Fabiane Pomiecinski cita o pólen da flor de jambo como sendo outro alérgeno suspeito (mas ainda sem confirmação).
Crustáceos
No caso da alergia alimentar, a médica cita um projeto desenvolvido pela Unifor em parceria com o Genar, que busca identificar a reatividade clínica com os crustáceos. "Quando um paciente é alérgico a um crustáceo, nós alergologistas orientamos que sejam excluídos todos da dieta. Porém, muitos fortalezenses referem que podem comer um e têm reação alérgica a outro. Vários pacientes têm alergia a caranguejo, mas comem camarão sem sentir nenhuma reação".