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sexta-feira, 21 de março de 2014

A SANTA MISSA DESTE DOMINGO DIA 23 DE MARÇO DE 2014.

 São Turíbio de Mongrovejo
De origem espanhola, nasceu no ano de 1538. Cresceu muito bem educado dentro de uma formação cristã e humana, estudou Direito e prestou muitos serviços nessa área, sempre buscando dar testemunho cristão no ambiente em que se encontrava.
Turíbio ajudou até o rei Felipe, mas o chamado à vida dedicada ao Senhor, dentro do ministério sacerdotal, falou mais forte. Renunciou à sua profissão e, como sacerdote, foi escolhido bispo e enviado ao Peru. Era um homem apostólico.
Deparou-se com muitas injustiças: indígenas oprimidos, pobres abandonados. Então ele, no anúncio e na denúncia, passou a ser respeitado e ouvido por muitos.
Sem interesses e sem comungar com o poder opressor, ele deixou um marco para toda a América: de que o mundo precisa de santos, e isso só é possível na misericórdia, no amor, na verdade, no anúncio e na coragem de denunciar.
Depois de uma grave enfermidade, faleceu em 1606.
São Turíbio, rogai por nós!


23.03.2014
3 º DOMINGO DQUARESMA — ANO A
ROXO, CREIO – III SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "Cristo: água que purifica, santifica e dá vida" __
EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE
APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGLEHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.
Ambientação:
Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Sabemos da importância da água. Sem água não há vida. A liturgia de hoje focaliza a água no sentido simbólico que se apresenta no batismo. Significa o dom de Deus, que é Jesus mesmo. Esse dom de Deus é gratuito: seu representante, seu Filho, deu sua vida por nós enquanto ainda éramos seus inimigos. Receber essa água no Batismo, é deixar-se envolver com esse amor gratuito de Deus em Jesus Cristo, é comprometer-se com essa imensurável bondade. Isso só é possível porque Deus nos amou primeiro.
INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: A liturgia do 3º Domingo da Quaresma leva a comunidade à beira do poço donde jorra a água viva, que suscitou na samaritana a fé e a conversão, elementos essenciais para os sacramentos de Iniciação cristã. O candidato à Iniciação Cristã passa pelo deserto, transfigura-se no Tabor e chega à fonte da vida, por meio da fé e da conversão.
INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: O tema da água que salva volta com frequência na liturgia quaresmal. A partir deste domingo, a Igreja oferece à comunidade cristã que revive seu batismo uma síntese da história da salvação, servindo-se do rico simbolismo da água.
Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, da Caridade, do Jejum e da Oração, preparemo-nos para a Páscoa do Senhor!

CRISTO, ÁGUA PARA NOSSA SEDE
Antífona da entrada: Tenho os olhos sempre fitos no Senhor, porque livra os meus pés da armadilha. Olhai para mim, tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz (Sl 24,15s).
Oração do dia
Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário das Leituras: Precisamos de verdadeira “educação do desejo”. Nossa sociedade consumista não “cultiva” o desejo, mas exalta-o e o torna desenfreado. Devemos aprofundar nosso desejo, para que ele reconheça a sua meta verdadeira: a “água viva”, Cristo, o dom de Deus na comunhão com nossos irmãos e irmãs. O desejo da água natural significa o desejo de viver. Aliviada a sede, o desejo continua. Qual é o seu fim? O desejo não é pecado: é bom, é vital, mas deve ser orientado, através das criaturas, para seu verdadeiro fim, o Criador. Ouçamos as leituras deste domingo, para que possamos avançar na caminhada quaresmal em direção à celebração da Páscoa.
Primeira Leitura (Êxodo 17,3-7)
Leitura do livro do Êxodo.
Naqueles dias, 17 3 entretanto, o povo que ali estava privado de água e devorado pela sede, murmurava contra Moisés: “Por que nos fizeste sair do Egito? Para nos fazer morrer de sede com nossos filhinhos e nossos rebanhos?”
4 Então dirigiu Moisés esta prece ao Senhor: “Que farei a este povo? Mais um pouco e irão apedrejar-me.”
5 O Senhor respondeu a Moisés: “Passa adiante do povo, e leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na mão tua vara, com que feriste o Nilo, e vai.
6 Eis que estarei ali diante de ti, sobre o rochedo do monte Horeb ferirás o rochedo e a água jorrará dele: assim o povo poderá beber.” Isso fez Moisés em presença dos anciãos de Israel.
7 Chamaram esse lugar Massá e Meribá, por causa da contenda que os israelitas tiveram com ele, e porque tinham provocado o Senhor, dizendo: “O Senhor está ou não no meio de nós?”
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 94/95
Não fecheis o vosso coração,
Mas ouvi a voz do Senhor.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores
e, com cantos de alegria, o celebremos!
Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
“Não fecheis os corações como em Meriba,
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras”.
Segunda Leitura (Romanos 5,1-2.5-8)
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Romanos.
Irmãos, 5 1 justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
2 Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus.
5 E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios.
7 Em rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer.
8 Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Na verdade, sois, Senhor, o salvador do mundo. Senhor, dai-me água viva a fim de eu não ter sede! (Jo 4,42.15).

EVANGELHO ( (João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42))
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus 4 5 chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6 Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia.
7 Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: "Dá-me de beber".
8 (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.)
9 Aquela samaritana lhe disse: "Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana?" (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)
10 Respondeu-lhe Jesus: "Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: 'Dá-me de beber', certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva".
11 A mulher lhe replicou: "Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva?
12 És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?"
13 Respondeu-lhe Jesus: "Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede,
14 mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna".
15 A mulher suplicou: "Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!"
16 Disse-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e volta cá".
17 A mulher respondeu: "Não tenho marido". Disse Jesus: "Tens razão em dizer que não tens marido.
18 Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade".
19 "Senhor", disse-lhe a mulher, "vejo que és profeta!
20 Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar".
21 Jesus respondeu: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém.
22 Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.
24 Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade".
25 Respondeu a mulher: "Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, ele nos fará conhecer todas as coisas".
26 Disse-lhe Jesus: "Sou eu, quem fala contigo".
27 Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: "Que perguntas?" Ou: "Que falas com ela?"
28 A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
29 "Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?"
30 Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus.
31 Entretanto, os discípulos lhe pediam: "Mestre, come".
32 Mas ele lhes disse: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis".
33 Os discípulos perguntavam uns aos outros: "Alguém lhe teria trazido de comer?"
34 Disse-lhes Jesus: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra.
35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa.
36 O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão.
37 Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa. 38 Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos".
39 Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: "Ele me disse tudo quanto tenho feito".
40 Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias.
41 Ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras.
42 E diziam à mulher: "Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
HOMILIA - CREIO - PRECES
(Ver abaixo ao final desta liturgia 3 sugestões de Homilia para este domingo)
Sobre as oferendas
Ó Deus de bondade, concedei-nos, por este sacrifício, que, pedindo perdão de nossos pecados, saibamos perdoar a nossos semelhantes. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão: Naquele que beber da água que eu darei, diz o Senhor, brotará uma fonte que jorra para a vida eterna (Jo 4,13).
Depois da comunhão
Ó Deus, tendo recebido o penhor do vosso mistério celeste, e já saciados na terra com o pão do céu, nós vos pedimos a graça de manifestar em nossa vida o que o sacramento realizou em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
FORMAÇÃO LITÚRGICA
CONCILIO VATICANO II - DOCUMENTO:
INTER MIRIFICA (A comunicação ao serviço do Evangelho)
O Decreto Inter Mirifica surgiu partindo de uma necessidade de orientar os cristãos e convocá-los ao reto uso dos meios de comunicação. Foi um modo encontrado para que houvesse o reconhecimento da importância da comunicação de massa como meio capaz de movimentar indivíduos e sociedades e o seu valioso auxílio para o desenvolvimento do ser humano e da evangelização. Nas próximas edições trabalharemos um pouco mais sobre este decreto.
QUARESMA – TEMPO DE CRESCER NA FÉ
O tempo da Quaresma é destinado especialmente a preparar a celebração da Páscoa de paixão, morte e ressurreição de Jesus; esta é a celebração central da Liturgia ao longo do ano e nos envolve profundamente.
A Igreja conclama todos os seus filhos e filhas a se prepararem bem, mediante os exercícios quaresmais do jejum, da esmola e da oração. Ao mesmo tempo, convida a fazer uma revisão da vida e a fazer penitência, para aproximar-se mais de Deus, ou para aprofundar a fidelidade a Ele. O apelo à conversão é constante durante a Quaresma.
Parte dos exercícios da Quaresma é a participação na Campanha da Fraternidade, que tem, neste ano, um tema desafiador: “fraternidade e tráfico de seres humanos”. Infelizmente, ainda persiste o comércio de pessoas, até de crianças; muitas vezes, é para a prostituição, o trabalho escravo e o comércio de órgãos.
Esse problema fere a consciência humana e cristã, que não pode concordar com esse aviltamento da dignidade da pessoa; nem podemos ficar indiferentes diante dele. Vamos envolver-nos nas reflexões e ações propostas pela Campanha da Fraternidade, para que esse grave problema seja resolvido.
Desejo que o tempo da Quaresma seja proveitoso também para um crescimento na fé e para ajudar outros irmãos a darem bons passos numa verdadeira iniciação à vida cristã.
Na Páscoa nós renovaremos nossa adesão a Jesus Cristo e reafirmaremos nossas promessas de fidelidade a Cristo e à Igreja. Preparemo-nos para esse momento. Deus abençoe a todos!
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Qual é a atitude do verdadeiro cristão?
Sejamos nós o coração e os braços de Jesus...
Acessem a página de nosso blog para uma pequena reflexão sobre este assunto: http://salverainha.blogspot.com.br/2013/07/a-atitude-do-cristao.html
Deus recebe o dízimo que oferecemos a Ele?
Sim, Deus recebe o dízimo através da comunidade. Tudo pertence a Ele. Ele é o dono; nós, os usuários. Ele não precisa de nada para Ele, mas precisa para a Sua comunidade (Igreja). Todo dízimo oferecido à comunidade é dízimo oferecido a Deus. O díizimo é uma parcela de nossos ganhos que doamos voluntariamente e de acordo com nossa vontade e nossa capacidade de doação, em agradecimento pelos dons que Deus coloca em nossas vidas. Deus vai receber este dízimo através das obras que os responsáveis pelas paróquias vão fazer utilizando os recursos recebidos.
Caríssimos, não adianta nada só rezar para que a Igreja faça seu trabalho e torne a vida das pessoas mais feliz e agradável aos olhos de Deus, é preciso a nossa participação direta e voluntária. A manutenção da Igreja, a conta de luz, água, a alimentação do padre, transporte, sua moradia, suas roupas e necessidades pessoais e outras despesas como limpeza ou reformas da igreja para manter em bom estado a casa onde vamos louvar a Deus dependem única e exclusivamente de nossa bondade... Pense nisso!!!
LEITURAS DA SEMANA DE 24 A 30 DE MARÇO DE 2014:
2ª Rx - 2Rs 5,1-15a - Sl 41 - Lc 4,24-30
3ª Rx - Dn 3,25.34-43 - Sl 24 - Mt 18,21-35
4ª Rx - Dt 4,1.5-9 - Sl 147 - Mt 5,17-19
5ª Rx - Jr 7,23-28 - Sl 94 - Lc 11,14-23
6ª Rx - Os 14,2-10 - Sl 80 - Mc 12,28-34
Sb Rx - Os 6,1-6 - Sl 50 - Lc 18,9-14
Dom.-Rx: 4º DOM. QUARESMA: 1Sm 16,1b.6-7.10-13a; Sl 22(23); Ef 5, 8-14; Jo 9, 1-41 (Cego de nascença)
Link das Partituras dos Cantos para o Mês
http://www.diocesedeapucarana.com.br/cantos.php

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A MULHER SAMARITANA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Cada um de nós tem o seu “poço” onde em todos os dias se busca matar a sede das realizações humanas, procurando de alguma forma concretizar os nossos ideais. É uma tarefa constante e que se torna monótona e rotineira, correndo até o risco de perder o seu sentido. Um belo dia se descobre que, aquilo que buscamos de maneira tão insistente, está fora do nosso alcance. É verdade que em nossa trajetória conseguimos chegar a alguns horizontes que vislumbramos, mas onde pensamos ser o ponto de chegada, acaba se tornando ponto de partida porque novos horizontes são vislumbrados.
Na infância eu gostava de fazer essa tentativa de ficar perto das nuvens do céu, e certa ocasião, em férias na capital, escalamos o pico do Jaraguá, um lugar muito alto de onde se avista a grande São Paulo, mas que está muito longe das nuvens que eu imaginara poder tocar, na minha visão lá de longe e foi frustrante.
Quando colocamos toda nossa esperança nesses horizontes aqui de baixo, encarnamos o personagem de “Dom Quixote de Lã Mancha”, e corremos atrás de ilusões, uma carreira bem sucedida, no esporte, na arte, na vida profissional, ambições e escaladas de postos que vão sendo galgados, mas quando chegamos ao topo, percebemos que ainda falta algo.
A mulher samaritana, que se encontra com Jesus á beira de um poço, vem dessa busca humana, de algo que a satisfaça plenamente. A água do poço de Jacó, que ela vai buscar diariamente, parecer ser suficiente para alcançar seus objetivos, ela experimenta Deus no cumprimento da Lei e nas Tradições religiosas do seu povo, e isso lhe basta.
A catequese quaresmal nos atiça a mente e o coração para intensificarmos a busca do transcendente. Na história da Igreja, Santo Agostinho, que julgava ter encontrado a plena alegria nos prazeres carnais, após a conversão irá afirmar, com base nessa experiência; “o meu coração inquieto, só terá sossego quando em Deus repousar...” Todo ser humano traz em si essa inquietude que perpassa toda a existência, corremos sempre atrás de algo que parece inatingível...
Jesus encontra-se diante de alguém que não conhece outro caminho na busca dessa realização, que não seja a esperança humana, fundamentada na tradição, para a mulher, nada é mais importante do que o Pai Jacó, que ouviu de Deus as promessas, e que fez aquele poço para saciar a sede do seu povo. Nós cristãos, às vezes nos apegamos em demasia á igreja Instituição e esquecemos do essencial que é ser a “Eclésia” dos que conhecem a Verdade e a buscam, não nas ambições humanas, mas Naquele que é a Verdade.
Se não nos acautelarmos, o ativismo pastoral e religioso na igreja ou nos movimentos poderá ser esse Poço do Pai Jacó, que nos satisfaz por aquilo que somos e que fazemos. Quando por alguma razão, somos tirados de certas funções, parece-nos que falta o chão. Por que será? O poço de água viva em nossas comunidades cristãs, não é o que somos, ou quem somos, ou o que fazemos, mas é Jesus Cristo, quando fazemos com ele e nele essa experiência, o que somos, quem somos ou o que fazemos, ganha um novo sentido e um novo significado.
Mas é preciso um diálogo franco e aberto com o Senhor, por isso esse terceiro domingo do grande retiro quaresmal somos convidados a fazer esse encontro e a compararmos a diferença dessas duas águas, aquela que nós oferecemos á comunidade, naquilo que somos e fazemos, e a que Jesus nos oferece com sua graça. Em nossas pastorais e movimentos, muitas vezes nos achamos o máximo, mas se alguém disser que a nossa água está salobra o mundo se acaba e desistimos de tudo.
Aquela mulher vai confrontando a sua vida conforme o diálogo com Jesus se aprofunda. Ela não é um personagem isolado criado pelo evangelista João, mas representa o Povo de Israel e as nossas comunidades com todos os organismos e instituições que a compõe. E como essa mulher, muitas vezes não nos damos conta de que na comunidade encontramos Aquele que é a verdadeira e única água Viva. Perdemos tempo enchendo nossos baldes de ambições, prestígio, sucesso, poder. Nossa doação é na verdade um “alisar” o nosso ego e exaltar nosso carisma. Não nos damos conta de que o Reino é muito maior do que aquilo que enxergamos, e que as coisas que fazemos irão passar pois outros virão, melhores do que nós.
A mulher, que começou o diálogo de maneira ríspida, logo se dá conta de que Jesus oferece algo que ela ainda não havia experimentado. Algo que com seu próprio esforço jamais iria conseguir. Quem está á sua frente não é um estrangeiro, nem um homem comum ou Profeta, como chegou a pensar, mas descobre que ele é o Messias, e que Nele poderá encontrar algo muito mais significativo do que as tradições do seu povo, os ritos e a Lei. Sua atitude não é mais a de isolar-se em seu grupo, raça ou cultura, mas agora se torna anunciadora da Verdade na região da Samaria. Parece que o viver em uma religião fechada, com sua doutrina, ritualismo e preceitos, ainda continuam para muitos, a ser o caminho mais fácil de percorrer. A Samaria do mundo aguarda impaciente o grito maravilhado dos cristãos, que fizeram a experiência com Cristo em sua vida, que o encontraram ao encontrarem-se a si mesmo e aos irmãos.
O homem não vai saciar a sua sede com a água salobra dos poços disponíveis, perfurados pela tradição, ou pelas vãs ideologias, todos aguardam ansiosos por esse grito dos cristãos, sobre a descoberta de Jesus, a Água Viva que nos transforma em fontes borbulhantes saciando a todos com quem nos relacionarmos. A grande Samaria nos espera... Vamos em frente, e que sejamos bem sucedidos como a mulher Samaritana, que com seu testemunho conduziu muitos a Jesus.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  cruzsm@uol.com.br
2. Iluminada e saciada, ela se torna discípula
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Com o evangelho de hoje estamos, certamente, diante de uma das páginas mais belas do evangelho. Aquela mulher samaritana, ao redor do poço de Jacó, nasceu para a fé em Jesus Cristo, como nós na fonte batismal fomos gerados para a vida de fé, a fim de vivermos como um povo consagrado ao Senhor.
O trecho do livro do Êxodo nos recorda um momento da longa travessia do povo de Deus pelo deserto, ao longo de quarenta anos. O povo que empreendeu a travessia pôde experimentar, não obstante sua infidelidade e suas resistências, a fidelidade de Deus, sua paciência, sua generosidade, seu cuidado, sua ternura. O povo murmura porque não tem água.
Nós que ouvimos o evangelho, e renascemos nas águas do Batismo, sabemos que aquela água que faltava ao povo e que lhe foi dada por Deus era a prefiguração da água dada por Jesus Cristo, uma água que mata definitivamente a sede.
Sem água a vida está profundamente ameaçada. Não só a vida pessoal, mas a unidade do povo de Deus. Queriam, diz o nosso texto, apedrejar Moisés. Diante da dificuldade, duvidaram de Deus, da sua promessa e da sua fidelidade. Só põe em questão a fidelidade e a lealdade de Deus quem não é capaz de ser fiel e leal. É preciso, sustentados pelo cuidado de Deus que nos acompanha na travessia da história, lutarmos contra o medo, o desespero, a murmuração.
Era meio-dia quando do encontro de Jesus com a samaritana, ao redor do poço de Jacó, lugar de tantos encontros que transformaram a vida das pessoas. Foi lá que Jacó se apaixonou por Raquel. A observação da hora parece querer fazer o leitor compreender que, diante de Jesus, estamos em plena luz do dia. Aquele que é a “luz do mundo” ilumina também a Samaria, desprezada pelos outros judeus.
O diálogo entre Jesus e aquela mulher é catequético, cuja finalidade é despertar a fé, o desejo da água que ela não podia recolher de nenhum poço; água que é dada somente pelo único Senhor da vida. Dando ouvidos a Jesus, ela poderá exprimir o desejo pela água que faz viver.
O cântaro da purificação é superado pela água do Espírito Santo derramado no coração dela, lei interna da caridade. Iluminada e saciada, ela se torna discípula, testemunha de Jesus Cristo.
Essa mesma água nos foi dada por ocasião do nosso Batismo.
ORAÇÃO
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.
3. O DOM DE DEUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois grupos.
O comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse. A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação de buscar água, naquele poço tão profundo.
Assim, quando Jesus falou de uma água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando conhecê-la muito mais do que ela pensava.
O Mestre manifestou seu interesse por aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
Assim que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da mulher.
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.fonte:NPD Brasil/CBM

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