Delegado suspeita que superlotação no local tenha motivado a morte.
Cela onde vítima estava comporta 6 detentos, mas estava com 24.
Um homem de 34 anos passou mal e morreu dentro de uma cela superlotada da Delegacia Estadual de Capturas (Decap), em Goiânia, cerca de 8 horas após ser preso por roubo. Ele chegou a receber atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu. A polícia suspeita que a superlotação tenha sido uma das causas da morte. A cela onde a vítima estava tinha capacidade para seis detentos, mas estava com 24.
Segundo o titular da Decap, delegado Delci Alves Rocha, não há separação entre presos saudáveis e doentes. "[A superlotação] pode ter influenciado porque, na realidade, é para seis presos e ali são vários com essa superlotação. Alguns usam cigarro, outros têm problemas de doença. Ali não nem como deitar, ficam praticamente em pé", afirma.
De acordo com a polícia, o homem foi detido na quinta-feira (11) por volta das 15h. Conforme a polícia, às 23h, ele começou a passar mal e morreu no local. A Decap tem duas celas e comporta 12 presos, mas está atualmente com cerca de 60.
Além disso, também há presos no corredor da delegacia e muita falta de higiene. A situação, segundo a polícia, ficou ainda mais complicada há três meses, depois que uma medida judicial impediu que a Casa de Prisão Provisória (CPP), que deveria receber os presos, deixasse de fazê-lo também por conta de superlotação.
"Hoje, [a CPP] está com uma decisão da juíza da 1° Vara da Corregedoria de Presídios que determinou que não recolhessem presos até que voltasse a normalidade naquele complexo. Todas as delegacias e Goiânia e Aparecida de Goiânia encontram-se superlotadas", reclama o delegado.
Ele explica ainda que, por causa do problema, foi criado um transtorno administrativo, pois policiais que deveriam estar na rua investigando crimes tem que ficar na delegacia para vigiar os presos.
Respostas
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus) informou que não recebeu ofício da Decap para fazer a remoção do preso que morreu. Ainda de acordo com o órgão, a delegacia é informada diariamente sobre a quantidade de vagas disponiveis na CPP para que a própria unidade adminstre a trasnferência dos presos.
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus) informou que não recebeu ofício da Decap para fazer a remoção do preso que morreu. Ainda de acordo com o órgão, a delegacia é informada diariamente sobre a quantidade de vagas disponiveis na CPP para que a própria unidade adminstre a trasnferência dos presos.
A diretoria da Polícia Civil afirmou que está previsto para a próxima semana a inauguração do Centro de Triagem de Presos. O prédio deve abrigar cerca de 200 detentos e, assim, diminuir a superlotação das delegacias.
O corpo da vítima foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).
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