De volta ao país, Nick Ut registra memórias com smartphone e câmera digital.
Imagem de menina nua correndo após bombardeio ficou famosa.
O fotógrafo Nick Ut, que fez a foto mais famosa da Guerra do Vietnã, em que uma menina nua chora e corre após um ataque de bomba de napalm, voltou ao país para documentar algumas de suas memórias com um smartphone e uma câmera digital. Ut chegou na última segunda-feira (8) na vila de Trang Bang, exatamente 43 anos depois de quando a imagem foi registrada.
Ut fez essa viagem a Trang Bang muitas vezes – pelo menos uma vez por ano nos últimos anos. O lugar é muito significativo para ele. “Eu fiquei aqui e vi as bombas caírem”, diz Ut sobre o momento da famosa foto. “Eu era muito jovem”, afirma o fotógrafo, vencedor do Prêmio Pulitzer, que trabalha para a agência Associated Press.
O cenário de sua viagem revelou que a estrada rumo a Trang Bang mudou desde a Guerra do Vietnã. Hoje em dia ela abriga um restaurante chamado “Sushi World” e um vendedor de beira de estrada que vende miniaturas da Estátua da Liberdade.
Da estrada, Ut tirou uma foto de um templo em que a menina Kim Phuc se refugiou com sua família antes dos bombardeios. Ao chegar em Trang Bang, o fotógrafo visitou uma loja de rua de dois primos de Phuc e caminhou um quilômetro até onde fez a famosa foto.
Desta vez, Ut pode publicar as fotos instantaneamente, ao invés de esperar horas para chegar a um escritório da agência, revelar o filme e imprimir a foto. Ele diz que o compartilhamento instantâneo de fotos pode ser uma força potencial quando coisas ruins acontecem.
“Se isso estivesse acontecendo agora... É muito melhor para o mundo agora com as redes sociais ter atenção instantânea para uma coisa”, diz. “Meu Deus, hoje no Vietnã todo mundo tem um telefone. Agora em dois minutos você chega ao mundo. Eu não conseguiria imaginar”.
Passados vários anos, Ut e Phuc, que mora no Canadá, já se reuniram diversas vezes para recontar os acontecimentos no dia do bombardeio e suas consequências, principalmente na vida da mulher. Phuc virou embaixadora da boa vontade da Organização das Nações Unidas (ONU), e ajuda vítimas de guerra.
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